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Gestão Covas tira R$ 480 milhões do orçamento de escolas municipais para 2019

Creches, pré-escolas e unidades de ensino fundamental terão menos dinheiro para funcionamento no próximo ano. Verba para unidades conveniadas vai subir

A gestão do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), propôs a redução de aproximadamente R$ 480 milhões da verba geral de funcionamento de creches, pré-escolas e unidades de ensino fundamental do município em 2019, em relação a este ano. Os dados constam do Projeto de Lei 536/2019, que define o orçamento da prefeitura para o próximo ano. Os contratos da rede parceria, unidades privadas que mantêm convênios com a prefeitura, ao contrário, terão aumento de verbas. Serão R$ 421 milhões a mais para essas unidades. O orçamento para 2019 deve ser votado na Câmara Municipal nas próximas semanas.

Isoladamente, a maior redução de verbas é nos Centros de Educação Infantil (CEI), as creches. A diferença entre o orçado em 2018 e a proposta para 2019 é de R$ 198,8 milhões a menos: de R$ 723 milhões para R$ 524,2 milhões. A secretaria nega, no entanto, que isso vá resultar em fechamento de unidades ou demissão de profissionais. Além da redução, a execução do orçamento deste ano, até outubro, está em menos da metade do total orçado. Apenas R$ 289 milhões foram gastos.

Nas Escolas Municipais de Educação Infantil (Emei), as pré-escolas, a redução será de R$ 158,1 milhões, em 2019. Neste ano, o orçamento foi de R$ 949,6 milhões. No próximo será de R$ 790,2 milhões. Também nestas unidades, a execução do orçamento este ano ainda não chegou à metade do total. Até outubro, R$ 484,5 milhões tinham sido efetivamente gastos.

Também as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef), que vão do primeiro ao nono ano, tiveram uma execução orçamentária inferior ao que foi previsto para este ano. Do R$ 1,5 bilhão orçado, somente R$ 849,8 milhões foram gastos. As escolas também terão redução significativa do orçamento em 2019: R$ 127,7 milhões a menos.

A distribuição de material e uniformes escolares vai ter a verba reduzida em quase 40% no próximo ano, se mantida a proposta da gestão Covas. Dos R$ 123,6 milhões orçados este ano, serão R$ 75,4 milhões em 2019. Além disso, se mantiver a atual execução do orçamento, os gastos efetivos serão pífios. Somente R$ 9,3 milhões do total definido para este ano foi aplicado.

Na outra ponta, o aumento mais significativo é no repasse para as unidades conveniadas. O orçamento vai passar dos atuais R$ 2,3 bilhões para R$ 2,7 bilhões. Um aumento de 18,4%. Quase todo esse valor será direcionado às creches privadas conveniadas, cuja contratação aumentou significativamente, na tentativa do ex-prefeito e governador eleito do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), cumprir a promessa de zerar a fila da creche. Ao renunciar à prefeitura, em 7 de abril deste ano, Doria deixou uma fila de 57 mil crianças para seu vice e sucessor, Bruno Covas.

Apesar da redução orçamentária para a manutenção das unidades, a Secretaria Municipal da Educação terá R$ 12,7 bilhões no total, um aumento de R$ 1 bilhão (8%) em relação a este ano. Dentre as áreas que terão incremento no valor em relação a este ano, além dos convênios com creches privadas, estão os salários dos professores, a alimentação escolar e a capacitação de professores. Procurada, a gestão Covas não se manifestou sobre os cortes de verbas.

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