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Nova política de saúde mental reforça lógica manicomial

Usuários e familiares não foram ouvidos no lançamento da frente parlamentar em defesa da nova política

Aconteceu na tarde desta terça-feira (27) o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Nova Política Nacional de Saúde Mental e da Assistência Hospitalar Psiquiátrica. Como era de se esperar, todas as intervenções foram voltadas a fortalecer a lógica manicomial, com o avanço das chamadas Comunidades Terapêuticas.

“O lançamento da frente do que ele chama uma nova saúde mental nada mais é do que a volta dos manicômios a defesa da Indústria Farmacêutica e dos hospitais privados. Aos usuários e usuários trabalhadores e trabalhadoras e familiares sequer foi dado a palavra”, apontou a presidenta do SinPsi Fernanda Magano.

Estavam presentes no evento o ex-ministro da Saúde e deputado Ricardo Barros (PP-PR), o deputado Roberto Lucena (Pode-SP) e do coordenador da área de saúde mental do ministério Quirino Cordeiro. Fernanda ainda registrou que pessoas estavam tentando impedir qualquer tipo de filmagem das falas.

Desmonte da saúde mental

O lançamento da Frente acontece dias depois do governo Michel Temer (MDB-SP) bloqueou o repasse de  R$ 78 milhões ao CAPS em todo o país. As deputadas Margarida Salomão (PT-MG) e Erika Kokay (PT-DF) protocolaram na última sexta-feira (23) um projeto que visa sustar essa portaria do ministério da saúde, dizendo que o bloqueio irá prejudicar centenas de municípios.

“Trata-se, portanto, da continuidade do desmonte da Política de Saúde Mental, que teve início com a publicação da Nova Política de Saúde Mental no governo Temer, a qual apresenta entre suas principais medidas a suspensão do fechamento de leitos em hospitais psiquiátricos, bem como o estímulo à criação de novas vagas para internações em hospitais”, frisa Margarida.

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