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Greve geral: trabalhadores da saúde também vão parar na sexta-feira contra desmonte na Previdência

Apenas serviços de urgência e emergência vão funcionar nos hospitais e prontos atendimentos. Categoria é majoritariamente formada por mulheres, as mais atingidas pelo projeto de “reforma”

Trabalhadores da saúde que atuam em hospitais, prontos atendimentos, unidades básicas de saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), entre outras, vão paralisar as atividades na greve geral contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, na próxima sexta-feira (14). Apenas serviços de urgência e emergência vão funcionar nos hospitais e prontos atendimentos. Os profissionais de saúde ressaltam que, no serviço público, as regras propostas prejudicarão principalmente as mulheres, pois terão que trabalhar sete anos a mais do que é determinado atualmente e só terão direito a 60% do valor do benefício. E para conquistar o direito à aposentadoria integral, terão que contribuir por 40 anos.

“A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 prejudicará a população mais pobre, os trabalhadores, as mulheres, professores, trabalhadores rurais e os que recebem benefício assistencial. A reforma tem por objetivo acabar com a aposentadoria, aumentando a idade para homens e mulheres, além de diminuir e congelar o valor dos benefícios. Ao trabalhador está imposta a conta que não é dele. A CNTS entende que a unidade dos movimentos sindical e social se faz necessária e urgente para mobilizar o Congresso Nacional a alterar a proposta do governo Bolsonaro”, defendeu a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, convocando os profissionais de todo o país a greve geral.

Para o Fórum Sindical dos Trabalhadores, do qual a CNTS faz parte, “a reforma da Previdência é totalmente abusiva, só beneficia apenas o mercado financeiro. Uma afronta ao povo brasileiro. Por isso, decidiram somar forças e fazer essa convocação nas redes sociais para que todo movimento sindical se junte em prol do equilíbrio”. A ideia de equilíbrio é que se defenda o futuro da previdência social, sem repetir os erros do passado. Os trabalhadores também vão aproveitar a paralisação para dialogar com a população sobre os ataques do governo Bolsonaro contra o Sistema Único de Saúde (SUS).

Em São Paulo, além da saúde, a adesão do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep) conduz a paralisação nas áreas de cultura, serviços – como cemitérios, zeladoria e obras – e outros da gestão municipal. O Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) também vai aderir à greve geral. “Diante da eminente perda de direitos conquistados a duras penas ao longo de décadas de lutas que custaram suor, sangue e vidas, a decisão da categoria já em março, que bravamente lutou na cidade por seus direitos, foi de aderir ao calendário nacional de lutas, inclusive para a construção da greve geral”, diz o Sindsep.

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