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Jornal Brasil Atual: 10 anos de história e um futuro a construir

O Jornal Brasil Atual faz história neste 9 de julho. O programa mantido por entidades de trabalhadores – com os sindicatos dos Bancários de São Paulo e Metalúrgicos do ABC à frente – completa 10 anos de uma experiência pioneira de radiojornalismo no país.

O projeto foi ao ar pela primeira vez em julho de 2004, então com o nome de Jornal dos Trabalhadores. Na época, com suporte da CUT, a equipe comandada pelo jornalista Oswaldo Luiz Colibri Vitta ocupava um hora diária das manhãs de segunda a sexta-feira, na Rádio Nove de Julho AM.

Em 2006, o programa passou a fazer parte de uma plataforma de mídias empreendida por dezenas de entidades sindicais ligadas a diversas categorias – além de bancários e metalúrgicos, químicos, professores das redes pública e privada, profissionais de saúde, do setor de energia, editores de livros. Esse grande projeto de comunicação passou a incluir a Revista do Brasil (2006), o portal Rede Brasil Atual (2009), a TV dos Trabalhadores (TVT, em 2010), além dos jornais impressos ABCD Maior (hoje um dos principais a circular na região do ABC paulista) e das edições regionais do Brasil Atual em algumas cidades do interior de São Paulo.

No ano seguinte, ainda por meio de locação de horário em emissora privada, o programa migrou da faixa AM para a FM, já com a nomenclatura atual. E em 2012 passou a ter duas horas de duração, das 7h às 9h, e tornou-se o carro-chefe da programação jornalística da Rádio Brasil Atual.

A novidade é que a partir daí a rádio ganhou “casa própria” em três regiões importantes do estado: a FM 98,9, com sede em Mogi das Cruzes e alcance na Grande São Paulo, podendo chegar até São José dos Campos; FM 93,3 de São Vicente, sintonizada na Baixada Santista desde Bertioga, no litoral norte, até Praia Grande, no litoral sul; e FM 102,7, irradiada de Pirangi, a 370 quilômetros da capital paulista, para cidades do noroeste do estado, como Catanduva, São José do Rio Preto, Barretos e Bebedouro.

“E desde sempre, mantendo sua identidade editorial que tem como pilares a prestação de serviços, assuntos de interesse da cidadania, do consumidor, e com abordagens da cultura, dos direitos humanos, do mundo do trabalho e dos movimentos sociais impossíveis de se encontrar nos veículos comerciais”, explica Colibri.

“Além de lutar pela democratização da comunicação no país, estamos criando nossos próprios meios”, afirma o diretor de Comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Valter Sanches, presidente da Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, mantenedora das emissoras.

No ano passado, as repórteres Marilu Cabañas e Anelize Moreira figuraram entre os vencedores da 35ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Marilu pela série de reportagens “Voz Guarani-Kaiowá”, sobre a luta das comunidades indígenas do Mato Grosso pelo direito à sua terra de origem, e Anelize pela série “Dores do parto”, sobre violência contra mulheres e a valorização do parto humanizado. “A premiação representou o que é praticado na Revista do Brasil, no portal da RBA, nos jornais, na TVT e no ABCD Maior: informação de qualidade, que tem os direitos humanos como matéria-prima”, disse o diretor da RBA, Paulo Salvador.

“Ainda é um grande desafio do movimento sindical e social criar uma plataforma de mídia com posição relacionada ao mundo do trabalho, à cidadania, que seja protagonista na construção de um Brasil inclusivo e mais justo”, defende Salvador. “Já temos muito as comemorar, e ainda temos um longo caminho a percorrer na disputa pela audiência e pela formação de opinião.”

Como lembrou recentemente o professor Laurindo Lalo Leal Filho, colunista da Revista do Brasil, o rádio integra o conjunto de meios de comunicação ainda muito influente. “É o segundo meio de comunicação mais utilizado pela população (61% fazem isso), como mostra uma pesquisa do Ibope, realizada a pedido da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Só perde para a TV, que é vista regularmente por 97% dos brasileiros”, observa Lalo, em recente artigo na RdB.

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