Três das principais promessas de campanha do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), serão alvo certo de ataques da oposição este ano: acabar com o déficit de vagas nas creches, construir 66 quilômetros de corredores de ônibus e erguer três grandes hospitais na periferia. O prefeito já admitiu que não conseguirá cumprir as duas primeiras metas e que fará unidades provisórias, com menos leitos, enquanto os hospitais definitivos não ficam prontos.
A mudança no projeto ocorreu por contestações na parceria público-privada (PPP) de R$ 6 bilhões que faria a construção dos três hospitais e a reforma de outras unidades. A prefeitura entendeu que não havia muitas empresas interessadas na empreitada, que teria poucas garantias, e modificou o edital, mas a licitação ainda não saiu do papel.
Os corredores de ônibus são outro projeto que teve problema de execução. Nenhuma das oito novas linhas previstas foi licitada e apenas 10 dos 38 quilômetros que seriam requalificados estão em obras. No primeiro mandato, o prefeito entregou 12 km: o corredor da avenida Vereador José Diniz e o Expresso Tiradentes (antigo “Fura Fila” e que não teve concluída a extensão da linha, outra meta para 2012).
Kassab gastou R$ 700 mil do repasse de R$ 1 bilhão prometido para o metrô, mas o dinheiro foi usado na construção do Expresso Tiradentes, que é um corredor de ônibus elevado gerido pela empresa do governo estadual.
Para aliviar o trânsito, a prefeitura restringiu a circulação de caminhões no centro e em algumas vias e construiu mais uma pista na Marginal Tietê, em parceria com o governo estadual, medidas que reduziram o tráfego no começo, mas que perderam efeito com o emplacamento de novos carros. Em 2011, o prefeito também investiu em propagandas de conscientização e respeito ao pedestre e na inauguração de ciclofaixas, geralmente para lazer aos fins de semana.
Na área da educação, Kassab será incapaz de cumprir a principal promessa, que é criar vagas nas creches para todas as crianças com até quatro anos. O déficit de lugares também foi um compromisso assumido por Kassab com o Ministério Público em um Termo de Ajustamento de Conduta.
Apesar dos gastos, ainda faltam cerca de 130 mil vagas. A promessa do prefeito foi de atender 100% das crianças, o que o secretário de Educação, Alexandre Schneider, já disse que não vai ocorrer ainda em 2012.
Exceção feita aos cargos de confiança e trabalhadores da saúde, as outras categorias do funcionalismo público não tiveram a mesma sorte. O prefeito reajustou os salários em 0,01%, apenas porque era obrigado a dar um aumento anual. Alvo de protestos, acusou o sindicato de estar ligado à oposição e enfrentou algumas greves, sempre com baixa adesão – a principal interrompeu o serviço funerário.