A depressão e o estresse foram os males que mais atingiram o trabalhador brasileiro em 2009. Conforme dados do Ministério da Previdência, esses dois males equivaleram a quase 13.000 auxílios-doença, 91% dos concedidos. Em São Paulo, estudo do grupo Organizações do Trabalho e Adoecimento da Fundacentro, ligada ao Ministério do Trabalho, indica que o número de casos de trabalhadores com depressão e estresse pode ser muito maior.
“Esses casos são apenas os reconhecidos pela perícia do INSS. Muita gente incapacitada por esses males está trabalhando e esconde a doença com medo de perder o emprego”, disse a coordenadora do estudo, Maria Maeno.
A psicóloga Luciane Frizzo afirma que é muito mais comum do que se imagina o funcionário se submeter a situações humilhantes.
“Já soube até de gente que foi chutada pelo chefe, mas não denunciou com medo de entrar numa suposta lista negra de empresas e nunca mais arrumar emprego”.
Para ela, dois problemas se escondem atrás desse quadro. Um é a falta de qualificação de boa parte da mão de obra: sem maior preparo e escolaridade, qualquer um pode ser demitido e imediatamente substituído. O segundo ponto é a exigência cultural.
“Trata-se do consumismo. Você precisa ter cada vez mais e, para isso, precisa trabalhar cada vez mais. Acaba pensando que não pode adoecer, senão será demitido”, afirma Luciane.
