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Movimentos querem diálogo com juristas sobre plebiscito da reforma política e levarão debate para Dia das Mulheres

Após lançar na última sexta-feira (15), em Brasília, a campanha para a convocação de uma Constituinte exclusiva voltada à reforma do sistema político brasileiro, os movimentos sociais promoveram no sábado uma plenária para discutir a divulgação do plebiscito popular.

A consulta à população acontecerá entre os dias 1º e 7 de setembro de 2014 e trará uma única pergunta: “você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”.  

Para o secretário de Juventude da CUT, Alfredo Santos Júnior, os dois dias de encontro mostraram que os movimentos sociais estão unidos para lutar pela ampliação da participação política e da democracia no país.

“O balanço é de bastante unidade da esquerda e a expectativa é que esse plebiscito seja tão grande quanto o da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que colheu mais de 10 milhões de votos em todo o Brasil e derrotou o tratado”, lembra.

Juristas, mulheres e cursos de formação – Representante da Consulta Popular, Ricardo Gebrim, apontou a importância de dialogar com representantes do Poder Judiciário e disse que os movimentos sociais começaram a conversar com a Associação de Juízes pela Democracia para que se incorporem à campanha.

Ele apresentou também detalhes do Curso de Formação de Formadores, que acontecerá em São Paulo, entre os dias 6 e 8 de dezembro. “A partir desse passo teremos o curso nos estados para lançar o desafio de conseguir ao menos mil militantes. Vamos discutir desde o sistema político brasileiro até o que é a Constituinte exclusiva e soberana e como diversos segmentos de nossas sociedade estão subrepresentados”, disse.

Coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres, Sônia Coelho, afirmou a necessidade de haver um material próprio para elas e disse que o tema será pauta do próximo Dia Internacional das Mulheres. “Esse tema de reforma política não é novo para nós e faz parte da nossa luta pela paridade. Por isso é importante que movimentos de mulheres se insiram para colocar nossos conteúdos e perspectivas. O plebiscito, inclusive, fará parte do 8 de março, por conta da visibilidade.”

O papel da CUT nos estados

Alfredo comentou ainda que a Central orientará as entidades a participarem ativamente da campanha. “Temos uma experiência em plebiscitos populares e iremos reproduzir. Já estamos lançando convocatórias e teremos direção nacional com participação dos estados no começo do próximo mês, quando faremos a divulgação massiva.”

Para o dirigente, parte importante desse processo será a reprodução da cartilha elaborada pela Plenária dos Movimentos Sociais e produzida pela CUT. “Além dessas 20 mil cartilhas que imprimimos agora, queremos que as entidades também reproduzam, porque traz um conteúdo sobre o que queremos com a reforma política. Também é importante sairmos com convocatórios para plebiscito a partir dos comitês estaduais e a CUT orientará que tanto estaduais, quanto confederações, federações e sindicatos se incorporem ao plebiscito”, apontou.

Diálogo com a juventude e lançamento no Congresso – Vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Mitã Chalfun, disse que a organização irá integrar os centros acadêmicos à campanha e levará o tema a um dos principais fóruns de deliberação do movimento estudantil, o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg).

Secretário nacional de Movimentos Populares do PT, o deputado federal Renato Simões disse que o partido formalizará o apoio ao plebiscito e que deve costurar o lançamento da cartiha também na Câmara e Senado. 

Alguns estados também já divulgaram a criação de comitês estaduais da campanha, em novembro. São eles Santa Catarina (19), Minas Gerais (23), Rio de Janeiro (23), Pernambuco (27), Bahia (28), São Paulo (30), Paraíba (30) e Mato Grosso, no dia 17 de dezembro. 

Ao final, A plenária ainda divulgou um manifesto que será utilizado na convocatória. Clique aqui para ler

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