“Temos um país de diversidade, de homens e mulheres, negros e negras, que hoje não se veem nos meios de comunicação”, alerta secretária cutista
Jovens, brancas, magras, de cabelos longos e lisos – é esse perfil da imagem feminina que prevalece na maioria das propagandas de todo tipo de produto veiculado nas telenovelas, programas e noticiários da televisão, apesar de estarmos numa nação com tanta diversidade étnico-racial como o Brasil.
Especialistas afirmam que a presença feminina é forte na propaganda porque elas são responsáveis por 85% das de decisões de consumo da população e, para além disso, são o próprio objeto de desejo dos produtos voltados ao público masculino, como é o caso dos anúncios de cerveja.
Porém, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão em 100 municípios de todas as regiões do país, 65% dos entrevistados avaliam que esse modelo de beleza dos anúncios está bem distante da realidade das brasileiras e para 60% isso gera frustração naquelas que não se identificam com esse padrão. O estudo, que ouviu 1.501 pessoas, também mostrou que 51% gostariam de ver mais mulheres negras e 43% mais mulheres gordas.
“Temos um país de diversidade, de homens e mulheres, negros e negras, que hoje não se veem nos meios de comunicação”, alerta Adriana Magalhães, secretária de Imprensa da CUT São Paulo.
Para mudar esse quadro, a Central e diversos movimentos sociais lutam pela aprovação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática, conjunto de propostas que reivindica um novo marco regulatório para que a sociedade tenha mais liberdade de expressão, democracia, variedade, pluralidade e diversidade nos conteúdos dos meios de comunicação.
“Nosso ideal é que todas as entidades e movimentos sociais tenham direito à voz na mídia nacional. Outro item importante é a garantia de participação popular com a criação do Conselho Nacional de Políticas de Comunicação, que vai garantir o cumprimento das regras do marco regulatório”, explica Adriana.
Para o reconhecimento do Projeto de Lei são necessárias 1,3 milhão de assinaturas, que estão sendo coletadas pela CUT e outras instituições que apoiam a campanha Para Expressar a Liberdade. Para participar, saiba mais clicando aqui.