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Mulher trabalhadora: CUT participa das 24 Horas de Solidariedade Feminista

Ação internacional integra mulheres na luta por igualdade de direitos e melhores condições de trabalho; no Brasil, foco é o embate contra a terceirização

A Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo (SEMT-CUT/SP) participa nesta sexta (24) das 24 Horas de Solidariedade Feminista, que integra mulheres de todo o mundo, do Pacífico ao Atlântico, na luta por igualdade de direitos e melhores condições de trabalho. As atividades ocorrerão entre 12h e 13h, acompanhando o ciclo do sol, e fazem parte da 4ª Ação Internacional da Marcha Mundial de Mulheres.

Internacionalmente, a mobilização recorda o desabamento do edifício Rana Plaza, em Dhaka, capital de Bangladesh, ocorrido em 24 de abril de 2013, que levou à morte de 1.138 pessoas, 80% delas mulheres, que trabalhavam nas precárias confecções têxteis que funcionavam no local. Muitos dos 2.500 feridos perderam permanentemente a capacidade de trabalhar.

Um dia antes do acidente no edifício Rana, uma rachadura imensa se abriu entre os andares, mas, sob ameaça de perder o emprego, os trabalhadores e trabalhadoras foram obrigadas a cumprir sua jornada.

No Brasil, o foco é o embate ao Projeto de Lei 4330/04, que libera as terceirizações em todas as atividades, enterrando garantias e direitos históricos dos trabalhadores (as).

Em São Paulo, haverá entrega de panfleto e diálogo com a população nos seguintes locais:

Capital – concentração das 11h às 11h30, no Metrô Barra Funda, com caminhada até o Fórum Criminal da Barra Funda.

Campinas – concentração às 11h, no Terminal Dom Pedro – Av. Wagner Samara – Jd. Santa Genebra (ao lado do Shopping Dom Pedro).

ABC – concentração às 11h, na Praça Brasil, próxima ao Terminal Ferrazópolis, em São Bernardo do Campo.

Exploração mundial do emprego 

Questionando “Você sabe onde e em quais condições foi confeccionada a roupa que você está vestindo agora?”, a ação também faz um alerta para a necessidade de se refletir sobre as consequências do consumo de itens que podem ter origem em trabalho precário e até análogo à escravidão. Com a falsa justificativa de preços acessíveis, empresas alcançam lucros exorbitantes à custa da precarização do emprego.

O edifício Rana abrigava algumas das muitas confecções de roupa espalhadas por países asiáticos, numa cadeia produtiva internacional onde prevalece a lógica da terceirização, da insegurança e da baixíssima remuneração – US$ 3 por dia, em média, menos de R$ 270 mensais.

Os produtos são vendidos por empresas transnacionais que não têm qualquer compromisso com os direitos desses trabalhadores precarizados – a exemplo da rede varejista Walmart, segunda maior compradora, em 2013, de peças confeccionadas em Bangladesh

O desabamento levou à elaboração de um acordo jurídico de segurança, assinado por 190 marcas de vestuário em cerca de 20 transnacionais que compram roupas no país asiático. Porém, a Walmart se negou a assinar o Accord on Fire and Building Safety in Bangladesh (Acordo sobre incêndios e segurança predial).

Fundada nos Estados Unidos, a Walmart emprega 2,2 milhões de pessoas em todo o mundo e é muito conhecida por irregularidades trabalhistas nos 28 países onde opera, como pagamento de salários extremamente baixos, desrespeito à jornada, condições inadequadas de saúde e segurança e casos recorrentes de assédio moral.

Tem como slogan, contraditoriamente, a frase “Saving people money so they can live better” (“Poupar dinheiro das pessoas para que possam viver melhor”). Em 2013, o faturamento da rede ultrapassou US$ 450 bilhões.

Baixe aqui e compartilhe o panfleto das 24 Horas de Solidariedade Feminista.

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