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Mulheres prorrogam jornada de lutas até que Lula seja libertado

Atividades denunciam os retrocessos que as mulheres têm enfrentando nos últimos anos

As mulheres trabalhadoras e sindicalistas da CUT-SP decidiram prorrogar a agenda de mobilizações da Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos. As atividades que denunciam os retrocessos que as mulheres têm enfrentando nos últimos anos seguirão até que a liberdade de Lula aconteça.

Preso político desde 7 de abril, o ex-presidente tem sofrido perseguição de alguns setores do Judiciário, com apoio da mídia comercial e da elite empresarial. Além de não haver provas contra no caso do apartamento do Guarujá (SP), pelo qual foi condenado, seu processo foi em tempo recorde, ocasionado questionamentos de muitos juristas nacionais e internacionais.

Promovidas pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-SP e pelo Coletivo de Mulheres da entidade, a Jornada das Mulheres teve início em fevereiro e, desde então, tem promovido por todo o estado de São Paulo uma agenda com rodas de conversas, seminários, formações e atividades culturais para alertar as mulheres sobre os direitos perdidos desde que Michel Temer (MDB) tomou a Presidência por meio de um golpe.

Uma das atividades com o apoio das mulheres CUTistas ocorre todas as quartas-feiras, a partir das 17h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. O “Mulheres na Luta pela Democracia” é um ato silencioso, que pede pela liberdade de Lula, e é organizado pelo Comitê de Mulheres na Luta pela Democracia.

“Se a nossa luta é por democracia e por direitos, nada disso poderá ser assegurado se Lula seguir preso, já que sua detenção é política. Lula é líder em todas as pesquisas e tentam impedi-lo de sair candidato, já que promete revogar todas as medidas golpistas. Mas somos nós, a população, que temos que responder nas urnas se o queremos ou não na Presidência novamente”, adianta Márcia Viana, do ramo dos vestuários e secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP.

Uma caravana somente de mulheres está sendo organizada para ir a Curitiba (PR) para fortalecer o apoio ao acampamento Marisa Letícia, movimento de resistência à condenação política do ex-presidente, instalado desde abril.

Governo do desastre

Em quase dois anos de governo ilegítimo, Temer e sua base aprovaram uma PEC que limita os investimentos públicos em áreas como a da saúde, educação e assistência social, e uma reforma Trabalhista que, dentre outros pontos, faz com que mulheres grávidas trabalhem em locais insalubres. Há também as ameaças de uma reforma previdenciária que irá impedir muitas trabalhadoras de acessarem a aposentadoria e pautas conservadoras como o Estatuto do Nascituro, que impede aborto até em casos de estupro.

Todos esses pontos são debatidos durante a Jornada, que também discute a sub-representação feminina nos espaços de poder, incentivando a participação das mulheres nas eleições deste ano, refletir sobre o avanço do conservadorismo e o aumento dos casos de feminicídio no país.

Acompanhe o site da CUT-SP para saber sobre as atividades realizadas pela Jornada de Luta das Mulheres.

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