Para a professora titular da PUC São Paulo, Aldaiza Sposati, a orfandade é uma sindemia (agravante entre problemas de saúde em populações e seu contexto social e econômico) da pandemia de Covid 19. “Temos não somente que restaurar, como progredir em um sentido novo”, afirma sobre os cuidados com a orfandade. Sposati é a convidada do episódio 16 do PodSin – Diálogos da Psicologia com a sociedade – podcast do SinPsi-SP.
Nesta conversa para o podcast, Aldaiza Sposati avalia que as ações desse cuidado devem ir além da reparação financeira e analisa a orfandade gerada pela pandemia: “A centralidade da discussão é a saúde mental de crianças e adolescentes, que passam por uma ruptura das suas relações de filiação e com isso perdem seus vínculos de ancestralidade… Existe uma ausência de preparo muito grande, se fala em orfandade, acha que é abandono, então se acredita que o jeito é arrumar algum benefício, alguma forma de sobreviver ou então uma de adoção”.
A professora da PUC, que já exerceu a vereança em São Paulo e foi secretária de Assistência Social na gestão de Marta Suplicy, critica a política do Ministério de Desenvolvimento Social em relação ao tema. “Temos tido confrontos com o MDS porque essa gestão não articula as diferentes políticas e fica só com uma cabeça de estado fiscal, altamente seletivo, não é uma questão apenas monetária… é claro que há o direito de reparação pela omissão do estado, mas não é apenas isso, se trata da própria qualidade de vida desta criança, das suas afetividades, do seu pertencimento”.
PodSin – Diálogos da Psicologia com a sociedade foi lançado no primeiro semestre deste ano como parte das comemorações de 50 anos do Sindicato das Psicólogas, comemorado em agosto. A proposta do programa é refletir sobre temas da atualidade, ligados direta ou indiretamente com a psicologia, e travar um diálogo com os mais amplos campos da sociedade.
Os episódios estão disponíveis pela plataforma do Spotify.