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Para movimento sindical, comunicação permanece como um desafio

Em Campinas, debatedores ressaltam urgência da democratização da mídia no Brasil

A subsede da CUT São Paulo em Campinas realizou na quinta (13) uma oficina de comunicação que reuniu dirigentes sindicais e militantes de toda a região no Sindicato dos Bancários, região central da cidade. O evento deu largada a uma série de debates que serão realizados para discutir Comunicação: o Desafio do Século, tema do Dia do Trabalhador (a) da CUT São Paulo em 2014.

A temática definida tem como objetivo estimular o debate com os trabalhadores e trabalhadoras, para qualificar e intensificar a luta pela comunicação como um direito humano, garantido pela Constituição Federal, e pela necessidade urgente de democratização da mídia.

Foram realizadas três intervenções para subsidiar o debate: Novo marco regulatório para a democratização dos meios de comunicação no Brasil; Internet: marco civil e redes sociais; Estratégias de Comunicação e Experiências do Movimento Sindical.

Paulo Salvador, coordenador da Rede Brasil Atual, destacou a necessidade do movimento sindical se apropriar do “fazer comunicação” e não ficar restrito apenas ao papel de consumidor. Sindicatos, centrais e partidos políticos são atores, geradores de fatos que interessam, não apenas aos seus grupos de representação, mas também ao conjunto da sociedade.

Valter Sanches, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e presidente da Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho, fundação mantenedora da TV dos Trabalhadores (TVT), fez um relato de toda a trajetória que resultou no canal de televisão, e a luta para obter, junto ao governo federal, as concessões de emissoras de rádio que operam nos mesmos moldes da TV.

Sanches destacou também a recente pesquisa realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que aponta para a perda de credibilidade e influência dos meios de comunicação tradicionais. O modelo de organização destes veículos, totalmente verticalizado, afasta as camadas mais jovens da população, que não aceitam mais a posição de passividade que estes meios apresentam. “Estes garotos querem fazer. Tanto que o canal mais popular hoje é o Youtube. Ali, você é o personagem principal”, disse Sanches.

Adriana Magalhães, secretária de Imprensa e Comunicação da CUT São Paulo, focou sua intervenção na questão do marco regulatório da comunicação, urgente e necessário diante do cenário de “terra arrasada” que vigora atualmente. Segundo ela, dirigentes sindicais e ativistas precisam desenvolver um esforço concentrado para alcançar as 1,5 milhão de assinaturas necessárias para apresentar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática ao Congresso Nacional.

A dirigente destacou também a necessidade dos sindicatos compreenderem o potencial e o alcance das redes sociais. Com elas, é possível falar para milhões em tempo recorde. “Os sindicatos ainda não perceberem e não estão sabendo tirar proveito deste potencial. Por conta disso, ainda veem a aplicação de recursos na comunicação como despesa e não como investimento”, criticou.

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