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Polícia Federal desrespeita decisão do Supremo sobre entrevista de Lula

Delegado autorizou uma plateia formada por jornalistas que podiam assistir as entrevistas exclusivas sem fazer perguntas, desrespeitando o Supremo e violando a prática e a ética jornalística

O delegado Luciano Flores de Lima, da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, decidiu nesta quinta-feira (25) autorizar outros jornalistas a entrevistarem o ex-presidente Lula, além dos que haviam sido autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.

A assessoria de imprensa de Lula divulgou nota afirmando que a decisão do delegado “desrespeita o Supremo Tribunal Federal, que deu ao ex-presidente Lula o direito de conceder entrevistas”.

De acordo com a nota, “a decisão também desrespeita o trabalho dos jornalistas e dos veículos de comunicação que há oito meses obtiveram autorização para entrevista na época das eleições, ou seja, o El País e a Folha de S. Paulo”.

Esses jornalistas esperaram oito meses devido a uma decisão liminar cassada na semana passada, ressalta a nota.

A decisão do delegado da Superintendência da PF-PR na verdade, autoriza “uma plateia para jornalistas convidados por ela própria para assistir a entrevista sem direito de fazer perguntas”, diz trecho da nota, que conclui: A decisão viola primeiro a decisão do Supremo, já que as entrevistas devem acontecer com anuência do ex-presidente, e também os jornalistas, a prática e a ética jornalística ao permitir que profissionais de outros veículos assistam entrevistas exclusivas para outras publicações e publiquem antes uma entrevista pela qual os outros veículos lutaram na justiça por meses.

De acordo com a assessoria, o ex-presidente Lula encontra-se a disposição para dar entrevista para a Folha de S. Paulo e para o El País, conforme decisão obtida por eles junto ao Supremo Tribunal Federal.

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