O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou na quarta-feira (28) o debate online Mulher: Democracia, Políticas, Públicas e Cidadania. Transmitido em tempo real, o debate alcançou mais de 1.100 pontos conectados em diversos estados do Brasil.
As debatedoras apontaram diversos aspectos sobre a situação da mulher no Brasil, como a elaboração de políticas públicas em pastas ministeriais específicas para implementação destas ações (Secretaria de Política para Mulheres e Secretaria de Promoção da Igualdade Racial). Para as convidadas, a participação das mulheres na elaboração das políticas públicas é um dispositivo para reduzir o preconceito histórico de desigualdade. “Políticas públicas só são efetivas quando as próprias mulheres participam”, aponta a conselheira do CFP, Roseli Gofman.
Para a coordenadora do Núcleo de Pesquisas sobre a Mulher (NEPEM) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marlise Almeida, apesar de existirem políticas públicas voltadas para as mulheres ainda falta visibilidade para elas. ”As políticas estão disponíveis nos sites ministeriais, mas ainda assim não há divulgação”, conta.
Durante o debate, a cientista social Cynthia Semíramis também fez declarações sobre a laicidade do estado. “Não se pode misturar religião com legislação”. Para ela, a discussão sobre aborto ficou estagnada devido ao valor religioso agregado ao assunto.Vanda Maria, pedagoga e pós-graduada em História da África e Cultura Afrobrasileira, falou sobre o candomblé e abordou o preconceito enfrentado pela comunidade negra em diferentes esferas, como na religião e nos espaços de poder. Para ela, existem argumentos equivocados, que passam despercebidos pela sociedade.
O evento organizado pelo CFP contou com a participação de internautas espalhados por todo Brasil, que interagiram enviando perguntas às convidadas via twitter e email. O vídeo deste Debate Online será disponibilizado em breve no canal no CFP no Youtube.
O CFP agradece a participação de todos e espera que a discussão gere reflexões para a categoria.