Encerramento de ano com categoria representada em cargo do governo federal. O psicólogo Gabriel Medina vai assumir a Secretaria Nacional de Juventude em 2015. Medina, que é associado ao SinPsi, vai deixar a pasta de coordenador municipal de Políticas para a Juventude de São Paulo, em que atua ao lado do prefeito Fernando Haddad desde janeiro de 2013.
O psicólogo já comunicou sua decisão ao prefeito, bem como ao secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili.
Em entrevista exclusiva ao SinPsi, Medina fala da importância de representar a categoria em um cargo de alto escalão como esse.
SinPsi: Qual a importância da formação em Psicologia assumir o cargo de Secretário Nacional de Juventude?
Gabriel Medina: Há duas razões: venho do movimento estudantil e pude continuar a segui-lo pelo curso de Psicologia, o que acabou enriquecendo muito minha formação e a aproximação com os jovens. A outra razão é a de poder entrar em contato com uma importante produção da Psicologia voltada às questões sociais. Depois de formado, sempre priorizei a atuação nas questões ligadas à juventude, mas sempre com um olhar às questões raciais e de direitos humanos.
SinPsi:Como você vê o cenário da participação da Psicologia na política?
Gabriel Medina: Há pouco mais de uma década, a atuação de entidades ligadas ao mundo da Psicologia, como Conselhos de Classe e Sindicatos, particularmente o de São Paulo, ao qual eu sou filiado, tiveram muita importância na atuação e desenvolvimento das políticas públicas e na abordagem dos direitos humanos. Quando eu fui presidente do Conselho Nacional de Juventude, atuei estreitamente com essas entidades e pude verificar os avanços por elas conquistados.
SinPsi: Qual o desafio da nova pasta?
Gabriel Medina: A juventude é uma bandeira pela qual não pretendo deixar de batalhar nunca. Estou muito disposto a conhecer e encarar os desafios. É preciso ampliar as possibilidades de diálogo com o jovem, colocando assuntos da pauta do dia em debate. Assuntos como a união homoafetiva, a arte de rua e a politização do jovem serão prioridade. O jovem quer ser ouvido em seus anseios. É uma fase de conflitos e questionamentos fortes. Como psicólogo sei bem disso. Como político, sei que não adianta fazer um discurso engessado para falar com esse público. A juventude é interligada, é conectada. Quero falar a língua dela.
Histórico
Gabriel Medina fez parte do movimento estudantil, pelo qual participou de duas gestões do DCE (Diretório Central dos Estudantes) do Centro Universitário São Camilo, onde cursou Psicologia, e desde 2004 milita no Fonajuves, Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis.
Medina trabalhou no governo de Edinho Silva entre os anos de 2006 e 2007, ao lado de Gabriela Palombo, no OP temático da Juventude.
Em 2008, Medina liderou a construção da 1ª Conferência Municipal da Juventude e implementação do Comjuve (Conselho Municipal de Juventude). No mesmo ano, se afastou do Governo para se candidatar a vereador em Araraquara, ficando na segunda suplência.
Presidiu, entre 2010 e 2011, o Conselho Nacional de Juventude, órgão ligado à secretaria que assumirá em janeiro.