Na segunda-feira, 21.nov, o Sindicato promoveu uma roda virtual de conversa para refletir sobre Racismo e saúde mental: o desafio e a conduta antirracista no espaço da Psicologia.
Participaram da conversa o psicólogo gaúcho Gabriel Alves, formado pela PUC-RS e membro do Fórum Internacional de Direitos Humanos da Rede Unida e Aurélia Rios, vice-presidente do SinPsi-SP, formada pela Universidade Federal de São Paulo, idealizadora do projeto Repaz Mulher. Aurélia foi, também, secretária do Conselho Municipal de Saúde de Santos. A mediação ficou a cargo do diretor do Sindicato, Valter Martins.
Diretor de Direitos Humanos e Políticas Públicas do Sindicato dos Psicólogos do Rio Grande Sul, Gabriel abordou as dificuldades de reconstrução do sindicato, após os ataques promovidos pela reforma trabalhista, de 2017 e como é a situação de psicólogas/os negros em seu estado. “Dizer que o racismo é estrutural não é uma desculpa, é dizer que a sociedade coloca as pessoas em posições de forma prioritária, e tem racismo na psicologia a partir do momento que a gente não discute a questão racial”, afirmou.
Aurélia Rios destacou a importância dos sindicatos na defesa da categoria como um todo e na problematização de questões específicas, como a luta antirracista e seus desdobramentos na saúde mental da população e dos próprios profissionais de saúde e acrescentou que o grande desafio é colocar a categoria na linha de frente da luta antirracista.
Racismo, covid e saúde mental
Em relação aos impactos da pandemia de Covid19 na saúde mental da população, Aurélia e Gabriel concordaram de que há necessidade de se aprofundar estudos e pesquisas sobre esse vasto campo, mas que já ficou demonstrado que a covid afetou em maior proporção a população negra; Gabriel destacou que “mães negras” são a maioria das usuárias do SUS, programa duramente atacado pelo governo Bolsonaro, que investiu pesado na privatização do Sistema.
Não é comemoração, é levante
Aurélia foi enfática ao afirmar que debater essas questões durante o mês da consciência negra não é uma comemoração, é um levante. “Essa data [20nov] deve continuar nos 365 dias do ano, porque nossa luta não se reduz ao dia 20 de novembro e temos um desafio porque o nosso povo não tem acesso aos cuidados da saúde mental com psicoterapia”.
O debate foi transmitido ao vivo pelo canal do facebook do Sindicato; clique no link para acessar a íntegra do evento.