São Paulo – Com o objetivo de “romper com a cidade proibida”, cerca de 200 pessoas participaram ontem (12) do #dialogoSP/Juventude na cidade de São Paulo. O secretário municipal de Direitos Humanos, Rogério Sottili, e o responsável pela Coordenadoria de Juventude, ligada à secretaria, Gabriel Medina, ouviram e responderam às perguntas do plenário e apresentaram as linhas gerais da política de juventude da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT).
A ação faz parte de uma série de diálogos que a prefeitura planeja fazer com diversos setores da sociedade. Em 2 de fevereiro, o secretário de Cultura da capital paulista, Juca Ferreira, reuniu-se com movimentos culturais. Hoje, às 18h30, será a vez da Coordenadoria de Políticas LGBT se encontrar com interessados em acompanhar e contribuir com as políticas públicas relacionadas ao tema na galeria Júlio Prestes. Participam o coordenador Julian Rodrigues e novamente Sottili.
Sottili destacou o Juventude Viva, programa do governo federal que coordena 30 ações de 12 ministérios para diminuir a vulnerabilidade da população jovem de territórios mais violentos.
Desde o início da gestão, foram promovidas três reuniões entre representantes do governo municipal e federal para acertar a formalização da vinda dos recursos da União.
“No Brasil, a juventude vem sendo morta, assassinada. Essa juventude tem cor e vive em territórios pobres. A juventude de 15 a 29 anos negra vem sendo assassinada. Ao mesmo tempo que, no Brasil, os homicídios caem de forma significativa, os homicídios da juventude negra sobem de maneira significativa. Nós precisamos enfrentar isso. Por isso vamos trazer o Juventude Viva”, afirmou Sottili em sua fala, antes do início do debate.
Dados do Mapa da Violência mostram que enquanto a taxa de homicídios entre não-jovens foi de 20,5 a cada 100 mil, entre os jovens foi de 50,4 em 2010. E entre jovens negros, a taxa chega a 72 mortes por homicídio a cada 100 mil.
Gabriel Medina reiterou as bases de sua gestão na coordenadoria, relatadas em entrevista para a RBA em 10 de fevereiro: o combate à violência, a ampliação de espaços públicos na cidade, a cultura e a mobilidade. E acrescentou a necessidade de se reformar o conselho de juventude para que, por exemplo, pessoas não ligadas ao governo possam presidi-lo, além da criação de uma rede territorial, espécie de fórum permanente que atuaria junto à população jovem.
A coordenadoria tem como função principal articular as políticas de juventude entre todas as secretarias. Apesar de defender esse modelo, em vez da criação de uma secretaria específica, Medina defendeu o fortalecimento do papel institucional do órgão.
“Nós não queremos que a coordenadoria seja um balcão de projetos”, afirmou. “Vamos fazer políticas públicas. Isso significa produzir grandes programas com escala, universalidade. Então nós precisamos parar com essa ideia que é só para fazer parceria. Nós temos que fazer política social. Portanto, nós temos que ser um espaço de inteligência no governo, para conseguir oferecer para as suas secretarias ideias, propostas, políticas”, afirmou Medina.