São Paulo – A maior parte dos pacientes internados em hospitais psiquiátricos no estado de São Paulo não tem indicação médica para permancer como internos. No estado, são seis mil pessoas com problemas psiquiátricos e que vivem em hospitais. No país, o número chega a 37 mil pacientes. Os dados são da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Psicologia.
“São indivídios que não têm família, perderam os laços sociais fora daquele ambiente de internação. Além do problema de saúde, eles têm um problema social muito grande. Tanto que são indivíduos que foram abandonados e que sequer têm algum registro civil”, disse o psiquiatra Sérgio Tamai, da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Ontem (18), diversas associações médicas fizeram manifestações em vários estados no Dia Nacional da Luta Antimanicomial. “No caso de portador de sofrimento mental não cabe esse modelo de internação. A doença que causa sofrimento, ela tem de ser absorvida socialmente”, afirma o presidente do Conselho Federal de Pscologia, Humberto Verona.
De acordo com ele, os hospitais psiquiátricos são locais de exclusão. “Não queremos a lógica da doença, de isolar a pessoa pela sua doença, mas de inclui-la pela sua condição de pessoa, de sujeito e de cidadão, essa é a lógica da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial que a gente defende”, disse.