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Seminário Preparatório discute encaminhamentos para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação

No debate final do I Seminário Preparatório para a I Conferência Nacional de Comunicação: Contribuições da Psicologia, na manhã deste sábado, 25, Juliano Carvalho, representando o Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, resgatou momentos marcantes nas lutas pela democratização da comunicação, entre eles a Frente por políticas democráticas de comunicação, durante a Consittuinte de 1988; a aprovação da Lei do cabo, em 1994; as lutas pela legalização das rádios comunitárias no final dos anos 1990; e a recente mobilização pela classificação indicativa, em 2007.

Para o jornalista, a avaliação do processo histórico da luta pela democratização das comunicações possibilita a identificação de três pontos básicos para a construção da Conferência: a consolidação de base de consenso no interior do Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações e da sociedade civil; o desenvolvimento de formulações e propostas com qualidade e profundidade; a identificação de estratégias para que as definições da Conferência sejam e fato implementadas, pois a história recente mostra que, quando chegam ao final, as negociações correm o risco de ter seu rumo alterado pela interferência de atores poderosos com acesso direto ao poder público.

Carvalho listou também fatores que, em sua avaliação, influirão no andamento da Conferência, tais como a capacidade de mobilizar, de trazer setores e pessoas para o debate; de colocar o tema na agenda pública do país, discutida pela população em geral e pelos formadores de opinião. Destacou também como fator relevante a avaliação do impacto das eleições de 2010: “Estaremos na véspera do ano de tocar de presidente, e estamos lidando com setor que produz bens simbólicos“, ponderou.

Entre as propostas da Psicologia, ele destacou que a preocupação com a regulação da publicidade mexe com o modelo de negócio das comunicações, e que isso precisa estar presente nos debates da classe profissional. “Pensar em limites para a publicidade significa mudar a lógica do modelo como está conformado o negócio da comunicação no Brasil. Se também vamos propor reestruturação do mercado, como vamos tocar isso?”, questionou.

Para a conselheira do CFP Roseli Goffman, o modelo de negócio já mudou. “As verbas de publicidade já se distribuiram, foram para a TV a cabo, internet, para as teles. Tirar uma hegemonia para colocar outra no lugar não é nosso objetivo. A radiodifusão está perdendo seu espaço. Temos convergência com aquele grupo na necessidade de defender a produção de conteúdo nacional, defender a soberania nacional“, avalia.

Ela apontou que temas atuais, como a multiprogramação, possibilitada pela TV Digital, também têm reflexos nos modelos de negócio: o bolo publicitário não cresce, mas passa a ser ainda mais dividido, enquanto aumenta o custo para produzir diversas programações paralelas.

Outro ponto ressaltado pela conselheira foi a necessidade da garantia de presença do movimento social nos espaços ligados à comunicacao, a exemplo dos conselhos das TVs públicas “Quando temos condição de discutir, as negocições não são impossíveis“, disse.

Após a mesa de debate, os participantes do Seminário propuseram encaminhamentos voltados principalmente para a mobilização para a Conferência e para o diálogo com a sociedade acerca das propostas da Psicologia.

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