De 25 a 28 de março, o maior sindicato da América Latina, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, terá eleições. A Chapa 1, cutista, concorre à presidência de São Paulo, Osasco e Região, com Juvândia Moreira (foto) candidata à reeleição. O SinPsi, alinhado às propostas da chapa, cedeu espaço na sua sede para o funcionamento do comitê da região oeste.
Lançada em 24 de fevereiro, a Chapa 1 traz a bandeira da combatividade e da negociação vitoriosa, refletida em 10 anos consecutivos de aumento salarial para a categoria dos bancários. É a chapa que lidera o sindicato há 30 anos, conquistando direitos, como o Vale-Cultura e a licença maternidade de seis meses, como explica o candidato do Itaú/Unibanco, Maikon Azzi, exclusivamente ao SinPsi:
“Há muita responsabilidade nessa representação. Os outros sindicatos de bancários do Brasil nos têm como líderes. Quando há campanha salarial, por exemplo, aguardam o que será decidido por aqui. Por isso, a importância de manter a Chapa 1 na liderança. Há uma década nosso sindicato vem somando grandes conquistas, como o aumento real de salário e aumento significativo na PLR. Acabamos injetando milhões de reais na economia brasileira com a PLR, o que refletiu em todos os setores da economia”, contou Azzi.
Isenção do imposto de renda na PLR, extensão dos direitos ao cônjuge para casais homoafetivos e 13ª alimentação são outros ganhos relevantes da categoria nos últimos anos. Em relação a empregos, os bancários chegaram, após acordo coletivo com a Caixa Econômica Federal, a 99 mil empregados em dezembro do ano passado. Em 2002 havia apena 54 mil concursados. Mas o candidato não atribui o feito somente aos líderes sindicais, mas também à disponibilidade de luta da categoria.
“O Sindicato dos Bancários existe há 90 anos. Estamos maduros o suficiente para afirmar que, quando se fala em sindicato, se fala principalmente na base. Muitas vezes há o pensamento equivocado de que sindicato é sinônimo de um grupo restrito de pessoas atuando, mas não existe sindicato forte se não houver uma base consciente e representativa. Todas as conquistas são resultados de lutas da categoria”, disse Maikon.
Exemplo
Para Rogério Giannini, presidente do SinPsi, receber a Chapa é um honra, já que a categoria dos bancários é exemplo de união, de consciência de classe e comprova que o movimento sindical pode fazer muito pelo trabalhador.
“Temos os bancários como exemplo de luta. Nossa base é menor, mas trabalhamos para ir longe, para chegar aonde eles chegaram. A Chapa 1 é a escolha certa, é a chapa da CUT. Combate o assédio moral, defende jornada de trabalho justa e se posiciona contra a terceirização. É bom fazer parte dessa história”, afirma Giannini.
“É importante termos esse espaço cedido pelo SinPsi, um sindicato que tem se mostrado cada vez mais expressivo, tanto na luta pela jornada de 30 horas quanto na bandeira que temos em comum: a do combate à terceirirzação. A sede do SinPsi é bem centralizada, próxima a estação de metrô Vila Madalena e ainda tem um auditório para nossas reuniões”, avalia Maikon Azzi.
O País possui cerca de 480 mil bancários, o que faz com que o pleito na capital paulista seja grandioso em números. Tanto que é proporcional à eleição municipal de uma cidade do interior, já que conta com quase 60 mil votantes.
Além disso, a categoria bancária é a única no Brasil, do setor privado, que tem acordo político nacional – os bancários de todos os estados e do Distrito Federal ganham os mesmo reajustes salariais e benefícios.
“Vamos insistir em algumas bandeiras que não tiveram avanço, como a tributação justa e progressiva, mais empregos e maiores salários. Só o Itaú teve um lucro de quase 15 bilhões de reais em 2013. Precisamos aumentar a participação dos trabalhadores nisso. Os banqueiros não podem ficar com a maior fatia do bolo”, salienta o candidato da Chapa 1.
Dentre as propostas de melhorias para a categoria, a Chapa 1 do sindicato defende o papel dos bancos públicos, contra a privatização; igualdade de oportunidades; ampliação da licença paternidade; combate à terceirirzação; mais segurança nas agências bancárias, dentre outras.
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