Por iniciativa da vereadora Juliana Cardoso (PT), a Câmara Municipal de São Paulo promoveu, na última sexta-feira (16/10), no Auditório Prestes Maia, debate sobre saúde mental, com a participação da promotora pública Ana Trotta, do Grupo de Apoio à Saúde Pública, e Fábio de Souza, vice-presidente do Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo – SinPsi.
A tônica das discussões convergiu contra a discriminação contra portadores de transtorno mental. “A dita loucura é uma enfermidade a merecer tratamento e que pode conduzir à cura ou significar uma melhoria da qualidade de vida”, conceituou a promotora.
Ana lembrou a condenação do Estado brasileiro pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos devido ao caso “Ximenes Lopes”, no Ceará, em que um homem foi internado numa casa de repouso e, três dias depois, veio a morrer. Também detalhou os serviços da rede de atenção à saúde mental, cujos fluxos são, de um lado, os hospitais psiquiátricos (para tratar de casos agudos), e, de outro, urgências e enfermarias psiquiátricas no âmbito dos hospitais gerais.
“Precisamos de políticas públicas de saúde bem definidas. Todos nós somos responsáveis pelo tratamento dessas pessoas especiais. Não basta só prescrever medicamentos, pois eles não são poções mágicas. É indispensável a psicoterapia e que a psicologia e a psiquiatria superem suas diferenças e andem juntas em benefício do paciente”, explicou, ao salientar quer a rede de serviços de atenção à saúde mental progrediu por força de ações do Ministério Público.
“Nesse debate, a gente constatou que a questão da saúde mental está completamente abandonada. Hoje a gente tem 54 CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) na cidade, o que é muito pouco para uma necessidade muito grande. Se o CAPS resgata e consegue inserir o morador de rua em crise de volta à família, isso diminui a violência contra ele”, ressalta Juliana Cardoso à nossa reportagem e à TV Câmara São Paulo.
Ao final das discussões, foi apresentado espetáculo de bonecos pela trupe Zazarte
