Por Maria Helena Machado
O dia das crianças (12 de outubro) no Brasil foi uma proposta feita pelo deputado federal Galdino do Valle, em 1924. Embora tenha sido criada nos anos 20, somente nos anos 60 a data ganhou força quando uma marca de brinquedos resolveu fazer uma campanha para alavancar as vendas.
A estratégia deu tão certo que outras empresas resolveram aderir à comemoração, e foi então que o dia das crianças passou a ser celebrado no país todo.
Ao contrário de um dia comercial, esta data deveria celebrar os direitos das crianças e adolescentes, ajudando na conscientização das pessoas, país, familiares, escola e sociedade em geral sobre os cuidados necessários durante esta fase tão peculiar da vida, quando acontecem muitas transformações físicas e mentais, momento em que deveriam ser assegurado para todas as crianças e adolescentes condições e estrutura mínima de acolhimento, alimentação, moradia, educação, saúde, lazer e proteção. Mas será que no Brasil, mesmo com os 31 anos do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), os direitos são assegurados para todas as crianças e adolescentes brasileiros (as)?
Se fizermos uma avaliação do recorte na pandemia sobre crianças e adolescentes, teremos resultados pouco promissores.
Neste período, as crianças menos favorecidas sofreram as mais diversas situações, traumas e faltas, na educação, cultura, saúde etc.
Voltamos para o mapa da fome e criamos uma nova forma traumatizante de perda: “Os órfãos dos pais da COVID 19”.
O 12 de outubro de 2021, deve ser comemorado com a indignação de toda a sociedade, é o momento de cobrar do poder público uma reparação às nossas crianças e adolescentes das classes menos favorecidas que nunca ganharam brinquedos no Dia das Crianças, e agora para além do brinquedo, sofrem por não ter direito nem a comida na mesa.