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13ª Plenária da CUT-SP: Ações estratégicas para comunicação, organização sindical e trabalho decente em debate

Os cerca de 350 trabalhadores e trabalhadoras que ocuparam o auditório do Centro Cultural Adamastor, em Guarulhos, onde a CUT-SP promove a 13º Plenária, discutiram na tarde desta quinta-feira (25) estratégias para três temas essenciais da pauta cutista: a organização no local de trabalho, a defesa do trabalho decente e o investimento em comunicação.

Na primeira mesa da tarde, o diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Teonilio Costa, o Barba, resgatou o processo de formação das comissões de fábrica, que nasceram para colocar o sindicato nas fábricas. “Na década 1980, iniciamos a discussão para tirar os sindicatos das salas para as portas das fábricas e aí nasceram as grandes mobilizações. Porém, chegou um momento em que a demanda exigiu a criação de comissões de fábrica. Nessa ocasião aparecem as grandes manifestações e uma greve que durou 30 dias. A grande conquista foi a primeira Comissão de Fábrica, na Ford, em julho de 1981”, lembra.

Naquela ocasião, a ideia era fortalecer os princípios da liberdade de organização, combater a unicidade sindical e estimular a participação dos trabalhadores.

Mais uma vez as demandas cresceram e a seguir vieram os comitês sindicais, com autonomia em relação aos sindicatos – apesar de ligados a eles – e eleitos diretamente por todos os trabalhadores das fábricas. A atribuição era garantir ainda que as reivindicações das bases fossem ouvidas pelas organizações sindicais e fiscalizar para que os acordos fossem cumpridos.

Para Barba, os desafios do ramo são os mesmos definidos pelos trabalhadores durante o Fórum Nacional do Trabalho, compostos principalmente pelo fim do imposto sindical e por mecanismos para soluções de conflitos.

Trabalho verdadeiramente decente – Secretário de Relações do Trabalho da CUT-SP e presidente do SinPsi, Rogério Giannini, tratou da questão do trabalho decente e ressaltou a necessidade de a Central levar às conferências nacionais sobre o tema o debate sobre a liberdade e a organização sindical. “Temos que desnaturalizar certos pontos do mundo do trabalho como achar natural as demissões. O emprego é uma função social, não uma decisão do patrão. A defesa do trabalho decente vai além do combate ao trabalho escravo e infantil e não podemos abandonar essa discussão”, disse.

Comunicação estratégica – A última mesa discutiu a comunicação como mecanismo da luta política. “Com nossos veículos – TVT, Rede Brasil, Revista do Brasil, Jornal Brasil Atual –, saímos da posição de ingenuidade e partimos para a luta política. Não basta reclamar”, comentou Paulo Salvador, diretor da Rede Brasil Atual.

Para qualificar esse processo, acredita ele, é preciso apostar na estrutura como ferramenta da política. “Precisamos investir nos trabalhadores, nos jornalistas, mas também nos dirigentes, que muitas vezes não estão preparados para comandar a comunicação.”

 Assessora da CUT-SP, Tatiana Melim, e da CUT Nacional, Isaias Dalle, explicaram a mobilização virtual que a CUT promoveu em 6 de Julho, Dia Nacional de Mobilização em ferramentas como o Twitter e o Facebook. Enquanto milhares de cutistas iam às ruas, a Central também ocupava as redes sociais. “Além de provocar discussão nas redes e dar goleada nas outras centrais, nosso site teve crescimento vertiginoso”, lembrou Dalle.

Entre os dias 1 e 7 de julho foram 3165 menções à Central e 74.360 visitas à página. No mesmo período, a Força Sindical teve 386. No dia do ato, o acesso à página da CUT dobrou.

Apresentador do Jornal Brasil Atual, Osvaldo Vitta, o Colibri, ressaltou que a manutenção dessa luta pela democratização dos meios de comunicação depende das entidades sindicais. “Graças ao investimento que os sindicatos estão fazendo, já chegamos a 150 emissoras comunitárias do país.”

Colibri destacou ainda que a luta não para por aí. Até o final do ano, o Jornal Brasil Atual vira uma emissora em 93,3 FM, em São Vicente. No Noroeste paulista o movimento sindical também terá um canal para mostrar as notícias que os outros não dão.

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