Por Norian Segatto
Após um longo processo, que contou com o boicote do governo anterior (aquele que acabou de se tornar inelegível), com adiamentos e indefinições, finalmente foi instalada a 17ª Conferência Nacional de Saúde, reunindo centenas de delegadas/os de uma expressiva gama de movimentos sociais, sindicais e representantes das diversas área de saúde e da sociedade, como povos originários e quilombolas.
Na abertura, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigato, salientou: “estamos construindo esse processo desde 2021 e algumas vezes nos entristecemos com situações alheias a nossa vontade, mas sempre trabalhamos para fazer o melhor e assim seguiremos, superando desafios”, uma menção velada à política do governo anterior de cortes nos investimentos em saúde, tentativas de privatizar o Sistema Único de Saúde, negacionismo e atrasado proposital na vacinação contra a covid 19.
A grandeza numérica e política desta conferência ficou estampada não apenas nos números, mas, principalmente no rosto de cada participante, que revelava a resistência de um povo que não desistiu de lutar.
No vídeo de boas-vindas, a diretora do SinPsi, membra do CNS e secretária geral da 17ª Conferência, Fernanda Magano, destacou a magnitude do evento. “Foram quase dois milhões de pessoas envolvidas em todas as etapas, 386 delegados eleitos diretamente pelas conferências livres e 4048 eleitos pelas municipais e estaduais, por esse centro de convenção devem passar mais de 6 mil pessoas nesses dias”.
Entre os participantes da abertura estavam diversos ministros/as de estado, como a ministra da Saúde, Nisia Silveira, Marina Lima, do meio ambiente, Sonia Guajajara, dos povos originários, Luiz Marinho do Trabalho, além de deputados/as e senadores. O presidente Lula deverá comparecer no encerramento do evento, demonstrando o compromisso do atual governo com as diretrizes que serão definidas na Conferência e com o Plano Plurianual para a Saúde, que entre outros pontos deve prever o aumento constante dos investimentos na área, atingindo a meta de 6% do PIB até 2027.
Confira abaixo a mensagem do CNS.