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6° CONPSI: Psicólogos debatem novas áreas de atuação

A realização do 6° Congresso Norte Nordeste de Psicologia (CONPSI) em Belém coloca o Pará na agenda dos maiores eventos científicos e profissionais brasileiros. Pessoas de todos os estados da Federação estiveram em Belém em virtude do evento. Após uma década se revezando a cada dois anos entre as capitais nordestinas, pela primeira vez o Congresso foi realizado no Norte, surpreendendo tanto em número de participantes como na qualidade dos trabalhos apresentados. De 6 a 9 de maio, no Hangar Centro de Convenções, cerca de 4.200 pessoas marcaram presença em torno de 700 sessões, com até 25 atividades ocorrendo ao mesmo tempo.

O Congresso apontou as novas áreas de atuação para psicólogos. Hoje cerca de 25% dos psicólogos atuam na área da Saúde, sobretudo no setor público. Nos hospitais eles integram equipes interdisciplinares no atendimento a doentes renais crônicos, com Aids, diabéticos, doentes terminais e crianças com câncer, entre outras.

Mas os psicólogos já contam com outras alternativas em desenvolvimento no campo de trabalho. Uma delas está relacionada ao tema ambiental, onde os psicólogos podem atuar junto às comunidades amazônicas na questão do ambiente natural onde elas vivem.

Outra área que ganha força é a Psicologia do Esporte, que envolve análise de programas para promover a eficiência do desempenho do atleta, a pressão em torno de resultados e vitórias, seja individualmente ou coletivo junto a clubes e federações. Junto com a Saúde Mental, a Psicologia Organizacional também foi assunto de destaque durante o Congresso de Psicologia.

*Formação e qualificação* – Os debates quanto a relação entre a graduação e a pós graduação na Psicologia também avançaram. Dados de pesquisas realizadas pelos egressos de Psicologia e do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) mostram que aqueles graduados em universidades que contam com pós graduação obtém melhores resultados em suas competências por conta do acesso a maiores conhecimentos de ponta. “Isso significa que a gente precisa de um ambiente mais amplo de pós graduação. Hoje, infelizmente, 90% dos cursos de graduação em Psicologia são oferecidos em instituições privadas, que não investem em programas de pós graduação”, analisa Emmanuel Tourinho.

A estudante Rubilene Pena destaca o espaço dado aos estudantes para mostrar seus trabalhos e pesquisas para um público tão qualificado durante o congresso como um ponto positivo. “Tivemos acesso a uma produção científica muito grande, com uma diversidade de temas explorados muito boa”, avalia.

O 6° CONPSI foi uma oportunidade de mostrar para a sociedade as várias áreas de atuação da Psicologia e o que vem sendo realizado em termos de pesquisas, estudos de casos e atividades no Brasil. “Não podemos considerar o Congresso Norte Nordeste de Psicologia como um evento específico para as duas regiões e sim uma referência para todo o País. O 6° CONPSI foi excelente em termos de organização e do alto nível dos debates. Foi até difícil escolher entre tantas atividades”,diz a psicóloga paraense Lúcia Cavalcante.

O objetivo do Congresso foi compartilhar conhecimentos acadêmicos e profissionais, discutir políticas públicas para a área e promover o avanço da Psicologia no Brasil. Por isso reuniu psicólogos, pesquisadores, docentes e alunos de Psicologia e profissionais de áreas afins de todas as regiões do País. “Somos diversos em muitos aspectos, mas estamos muito próximos em objetivos. Queremos contribuir para uma sociedade onde seja possível ver a dignificação humana no rosto de cidadão”, diz Emmanuel Tourinho, presidente da Comissão Organizadora do Congresso.

De acordo com Emmanuel Tourinho, os conhecimentos adquiridos pelos profissionais paraenses durante o evento poderão ser aplicados na prática de imediato em programas de atendimento à população. “As interlocuções tendem a originar e dar continuidade a outras experiências e colaborações por grupos de pesquisa com a adesão da comunidade científica paraense”, completa.

O 6º CONPSI foi uma realização da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Conselho Regional de Psicologia Pará e Amapá – 10ª Região com o patrocínio do Governo do Estado do Pará, CAPES, CNPq, Fundação de Amparo ao Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA). O evento teve ainda o apoio do Conselho Federal de Psicologia, Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Cultura do Pará, Secretaria de Estado de Saúde do Pará e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Pará, Faculdade Ruy Barbosa e Sol Informática.

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