Com a pandemia da COVID-19 vivemos um dos momentos mais decisivos na história do mundo, com consequências incalculáveis. Os passos tomados por cada país e seus governantes, seus acertos e seus erros selarão o destino de cada população. No Brasil, já vivíamos o aumento da pobreza e da miséria, do desemprego, da informalidade, da precarização do trabalho, da desindustrialização e do desmonte do Estado em seu papel estratégico de impulsionar a pesquisa, o conhecimento, o desenvolvimento, a economia, bem como em seu papel constitucional de garantir os direitos mais básicos da população, dentre os quais, saúde e educação, essenciais para uma sociedade em desenvolvimento. A isso se soma uma das piores pandemias vividas pela humanidade nos últimos cem anos, pelas características da doença, a total falta de imunidade nos seres humanos e sua facilidade e rapidez de transmissão.
Estamos na encruzilhada das decisões que definirão se conseguiremos reduzir o contágio, como fez a China que voltou todos seus esforços em medidas de contenção do vírus (com testagem ao COVID-19 e interrupção da circulação em massa), ou se entraremos no colapso do sistema de saúde vivido pela Itália e Espanha.
No Brasil, o número de infectados dobra a cada três dias. No Estado de São Paulo, especialmente na Capital, sindicatos e conselhos de classe têm recebido uma avalanche de denúncias dos profissionais da saúde e de outros setores essenciais, inclusive do grupo de risco, quanto à falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para se protegerem do contágio do COVID-19. Em nada têm se sensibilizado o Governador João Doria e o Prefeito Bruno Covas mediante as permanentes manifestações, denúncias e cobranças das entidades e dos trabalhadores. Diante dessa omissão, apesar dos fatos e dos dados alarmantes, suas práticas acabam por se juntar à lista das inconsequências cometidas pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro.
O que há uma semana era denúncia de falta de condições de segurança no trabalho, esta semana está se transformando em registros crescentes de profissionais afastados com suspeitas ou confirmação de COVID-19. Justamente aqueles que estão na linha de frente contra o vírus. Em São Paulo, o agravante é o fato de que os trabalhadores com suspeita sequer são testados, muito menos aqueles com quem tiveram contato. Podemos olhar para a Europa agora e saber como estão sendo escritos os próximos capítulos, se as devidas medidas não forem tomadas agora: por exemplo, na Espanha, 14% dos infectados são profissionais da saúde que também vinham denunciando a falta de EPIs.
Os trabalhadores que cuidarão de nós ou de nossos familiares estão desprotegidos pelo Estado e pelo Município, deste modo, ao invés de salvar vidas podem se transformar em agentes de transmissão da doença.
Por isso, as entidades que assinam esse manifesto vêm clamar a todos/as aqueles/as que defendem a saúde pública a nos juntarmos na formação de uma frente de apoio a todos os profissionais da saúde, no sentido de garantir sua saúde e a segurança, especialmente àqueles que estarão no contato direto e permanente com os pacientes de COVID-19.
Esses profissionais são a linha de frente contra esta pandemia da qual toda a sociedade depende: zelar por eles é zelar por todos nós!
Juntem-se a nós nesse grito para que os governantes tomem imediatamente as medidas necessárias que poderão salvar nossos profissionais da saúde e a população.
Entidades que assinam o manifesto:
SINDSEP: Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquia do Município de São Paulo
SinPsi: Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo
SIMESP: Sindicato dos Médicos do estado de São Paulo
AOPSP: Associação Odontológica da Prefeitura de São Paulo
SindSaúde-SP: Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo
Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo
SEESP | Sindicato dos Enfermeiros do Estados de São Paulo
AAEPSP | Associação Auxiliares de Enfermagem da Prefeitura do Município de São Paulo
SEESP | Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo
SASP | Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo
AMAASP | Associação Municipal de Gestão de Políticas Públicas e Agentes de Apoio de São Paulo
ADAM | Associação dos Administradores Municipais de São Paulo
SINESP | Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo
ASMSP | Associação dos Servidores Municipais de São Paulo
APROFEM | Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo
ANIS | Associação dos Servidores de Nível Superior da Prefeitura do Município de São Paulo
SEAM | Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos Municipais de São Paulo
FASP | Federação dos Servidores Municipais de São Paulo
ACSP | Associação dos Contadores Municipais de São Paulo
SAVIM | Sindicato dos Agentes Vistores de São Paulo
SINDILEX | Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal e do Tribunal de Contas do Município de São Paulo
SINDICOMUNITÁRIO-SP |Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde do Estado de SP
ANATEN-SP | Associação Nacional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem
MAEB | Movimento Ativista de Enfermagem Brasileira
AEM | Associação dos Escriturários Municipais de São Paulo