Notícias

À Fundação Casa, servidores cobram reajuste salarial e licença-maternidade de 180 dias

Os trabalhadores irão promover nova assembleia no dia 25 de abril

Em campanha salarial, os servidores da Fundação Casa exigem do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) um Plano de Cargos e Salários (PCS) decente e reajuste salarial de 28,16%. Na pauta de reivindicações cobram também o vale refeição de R$700 – hoje os trabalhadores recebem R$400 (R$16 por dia trabalhado).

Em ato realizado nessa quinta-feira (9), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o presidente Aldo Damião Antônio, do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família (Sitraemfa), afirmou que falta diálogo do governo com a categoria.

“Ele não respeita a data-base, que é em março, não senta para negociar e nos trata com descaso. Veja só, ele faz isso conosco que somos funcionários que temos como responsabilidade devolver para a sociedade os adolescentes em conflitos com a lei”.

O conjunto do funcionalismo aponta, ainda, a necessidade de o governo homologar a escala de trabalho que hoje é de 2×2 com oito folgas semanais comuns e seis folgas abonadas. Hoje, a escala é de 2×2, com apenas as seis folgas abonadas o que, segundo os servidores, gera um total de quatro horas extras mensais que não são pagas pela Fundação Casa.     

O secretário de Assuntos Jurídicos do Sitraemfa, Edson Brito,explica que, dos 14 mil trabalhadores que atuam no sistema, dois mil estão doentes por causa do ambiente de trabalho. “Queremos maior segurança interna, isso exige a abertura de concursos para que novos funcionários sejam contratados e o número de trabalhadores nas unidades seja maior”.

A agente socioeducativa da Fundação Casa, Aline Louise Salvador, está há12 anos no sistema. Ela conta que na campanha salarial de 2014, as trabalhadoras conquistaram direitos como a licença-maternidade de 180 dias e o auxílio creche, mas a Fundação Casa entrou com recurso contrário, acatado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

“Queremos reverter esse retrocesso. Como podem nos tirar aquilo que conquistamos em uma luta feita durante tantos tempo? No mesmo dia em que o TST acatou, a Fundação ligou para as trabalhadoras exigindo que voltassem no dia seguinte, o que deixou essas mulheres desesperadas, em plena fase de amamentação de seus bebês”, pontua.

Os servidores permanecem em estado de greve, mas terão audiência pública de conciliação da campanha salarial, às 10h, na próxima segunda-feira (13).

Depois de terem ocupado o plenário da Alesp e serem ignorados pela maioria dos deputados, em sessão que foi encerrada prontamente, dirigentes e a comissão de negociação coletiva se reuniram com João Silvestre Borro, chefe de gabinete do deputado e presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), para cobrar audiência com a representação de Pastas do governo, ligadas à Fundação Casa. O assessor se comprometeu a fazer a intermediação junto ao governo estadual.

No dia 25 de abril será a próxima assembleia dos trabalhadores da Fundação Casa. Se até lá o governo não tiver atendido a categoria, os servidores prometem entrar em greve por tempo indeterminado.

Deixe um comentário