O governo de São Paulo anunciou quarta-feira um reajuste salarial de 42,2% para o magistério da rede estadual de ensino, escalonado em quatro anos, nos dias 1º de julho. Pela proposta, que será apreciada pela Assembleia Legislativa, a primeira parcela, a ser paga já neste ano, terá reajuste de 13,8%, com o piso salarial para 40 horas semanais passando de R$ 1.665 para R$ 1.894.
“Consideramos a proposta um bom início de conversa, que responde a uma luta de muitos anos da nossa categoria”, declarou Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Na avaliação da líder do magistério, a proposta reconhece e incorpora os estudos da Apeoesp que “indicam a necessidade de um reajuste salarial de 36,74% para repor nossas perdas acumuladas desde março de 1998” . “Reafirmamos, porém, que para nós a data para reajuste deve ser 1º de março, que é nossa data-base, estabelecida em lei do próprio Executivo. Devemos, portanto, discutir essa questão com o governo”, acrescentou.
Bebel também alertou para a necessidade de “mais medidas de valorização efetiva do magistério, que passam por um plano de carreira que atenda às necessidades dos profissionais da educação e que tornem a profissão mais atraente, repercutindo na qualidade do ensino das escolas estaduais”. Entre outras questões a serem debatidas com a Secretaria de Educação, a presidente da Apeoesp apontou as formas de evolução profissional, valorização da experiência e tempo de serviço, critérios para aposentadoria e condições de trabalho.
“Também vemos com bons olhos o anúncio da abertura de vagas destinadas a concurso público para funcionários da Educação. Trata-se de medida necessária, como temos há tempos reivindicado, tendo em vista, entre outras razões, o aumento da incidência de casos de violência nas escolas”, acrescentou.
De imediato, defendeu Bebel, é preciso que o governo convoque no mês de junho, data anunciada anteriormente, todos os aprovados no recente concurso de Professor Educação Básica II e que novos concursos sejam realizados.
Uma vez aprovado o projeto, em julho de 2012, o aumento será de 10,2%, com o salário base de R$ 2.088,27; reajuste de 6% em 2013, indo para R$ 2.213,56 e novos 7% em 2014, alcançando R$ 2.368,51.