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Após 15 dias de paralisações, bancários encerram greve e voltam ao trabalho nesta sexta-feira (9)

São Paulo – Os bancários dos bancos privados, BB e da Nossa Caixa aprovaram, em assembleia realizada nesta quinta (8), a proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) após 15 dias de greve que forçou os bancos a voltar atrás. Na Caixa, os empregados definiram, também em assembleia no mesmo dia, permanecer em greve.

No dia 17 de setembro, quando apresentaram uma proposta rebaixada que levou os trabalhadores a cruzar os braços, os banqueiros deixaram claro que não pretendiam pagar aumento real nos salários. Também sugeriram um modelo de PLR que reduzia drasticamente a parcela dos trabalhadores, com teto de 4% para a distribuição do lucro.

“A greve que tomou os bancos públicos e privados forçou os bancos a mudar a proposta. Foram obrigados a pagar o aumento real e mudar o formato da PLR, graças à garra dos trabalhadores”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. A proposta contempla reajuste de 6% (aumento real de 1,5%) e PLR de 90% do salário mais R$ 1.024, com teto de R$ 6.680. O valor pode ser majorado até que seja distribuído pelo menos 5% do lucro líquido, podendo chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 14.696.

Conquista – A luta dos trabalhadores avançou principalmente em relação ao pagamento do valor adicional à PLR. Como o modelo anterior era condicionado ao crescimento do lucro em pelo menos 15%, este ano praticamente nenhum banco pagaria o adicional. Com o novo modelo, conquistado após 15 dias de greve, será distribuído 2% do lucro líquido de forma linear a todos os trabalhadores, com teto de R$ 2.100 tenha o lucro crescido ou não. O valor não pode ser descontado dos programas próprios. Com o novo formato da PLR os bancários podem receber até 2,2 salários pela regra básica, com teto de R$ 14.696 que somados ao teto de R$ 2.100 chega a R$ 16.796.

“É um importante avanço, que garante pagamento do adicional independentemente do crescimento do lucro. O Sindicato vai fiscalizar os balanços dos bancos, para que não sejam utilizados subterfúgios que reduzam o pagamento aos trabalhadores”, ressalta Marcolino.

Seis anos de luta – O presidente do Sindicato comemora a retomada do movimento de massa entre os bancários, que desde 2004 garante aumento real de salários e avanços na PLR e novas conquistas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). “Temos a melhor CCT do Brasil, conquistada em anos de luta que os bancários mais jovens têm ajudado a manter e a ampliar. Todos os anos os bancos vêm para a mesa de negociação visando a retirada de direitos e nós temos conseguido, com muita garra e disposição, garantir o que é nosso”, diz.

Marcolino destaca ainda a retomada do teto de 15% na distribuição do lucro. “Os bancos queriam rebaixar esse teto para 4% e imputar aos trabalhadores enorme perda. Esqueceram que os bancários são gente de luta, que não se dobra, e foram obrigados a voltar atrás.”

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