Notícias

Ativistas pela educação e contra o trabalho infantil ganham o Nobel da Paz

Duas iniciativas em favor de crianças e adolescentes ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2014. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira, 10, pelo diretor-geral do Comitê Nobel, Thorbjørn Jagland. A paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi foram reconhecidos pelos esforços em prol do acesso à educação e pela erradicação do trabalho infantil, respectivamente.

Malala, de 17 anos, se tornou a pessoa mais jovem a ganhar um Nobel. Sua história ficou conhecida depois que o ônibus que a transportava para a escola foi atacado por um membro do grupo Talibã, em 2012. O ataque aconteceu como repressão a Malala que, na época, ganhava destaque ao alimentar um blog e ao liderar uma campanha contra os esforços do Talibã em negar o acesso à educação de meninas. Desde então, a jovem se tornou referência da defesa e na garantia de acesso à educação por meninas e se tornou um símbolo de resistência contra o radicalismo religioso. Atualmente, ela vive no Reino Unido, onde está à frente do Fundo Malala, que apóia iniciativas locais de educação no Paquistão, Nigéria, Jordânia, Síria e Quênia.

Satyarthi, de 60 anos, foi escolhido pelos esforços contra o trabalho infantil. Na década de 1980, ele desistiu da carreira de engenheiro elétrico e lançou uma campanha marcada por manifestações pacíficas e por denúncias de como o lucro de empresas estava ligado à exploração do trabalho de crianças e adolescentes na Índia.

Em aparição recente na mídia, Satyarthi ressaltou dados da Organização Internacional do Trabalho estimam que 168 milhões de crianças e adolescentes estejam em situação de trabalho em todo o mundo. Dessas, 60 milhões estão na Índia, o que representa cerca de 6% da população total do país. “As crianças trabalham não apenas por causa da pobreza de seus pais, analfabetismo, ignorância ou pela falha em programas de desenvolvimento e educação. Trabalham essencialmente porque os empregadores se beneficiam grandemente com o trabalho infantil, já que as crianças acabam sendo a opção mais barata, e às vezes chegam até a trabalhar de graça”, escreveu Satyarthi em um editorial.

Durante mais de 25 anos à frente da organização Bachpan Bachao Andolan (Movimento para Salvar as Crianças), estima-se que Satyarthi tenha ajudado a resgatar mais de 80 mil crianças trabalhadoras, além de outros milhares de adultos trabalhando em condições análogas à escravidão.

Deixe um comentário