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Ato ‘Fora, Valencius’ volta à Av. Paulista para reforçar a luta antimanicomial

Cumprindo a agenda nacional definida por entidades da luta antimanicomial em janeiro deste ano, aconteceu nesta sexta, dia 18 de março, às 13h, a quarta edição do ato “Fora, Valencius”, no vão livre do Masp, à Av. Paulista.

Mais uma vez o SinPsi esteve presente e reafirmou a necessidade de retirar a pasta da Saúde Mental das mãos do psiquiatra que tem no currículo a direção de maior manicômio da América Latina, o Eiras de Paracambi.

O ato apresentou a pauta para a população presente e teve sua visibilidade garantida. Apesar a Frente Brasil Popular ter marcado o ato pela democracia para o mesmo dia, ambos tiverem horários diferentes e um ato não interferi no outro. O “Fora, Valencius”, mais uma vez, recebeu caravanas de outros municípios paulistas. Trabalhadores e usuários dos serviços de saúde mental produziram cartazes e puderam expressar a indignação com o risco da volta dos manicômios. Tudo embalado ao som do Batucaps.

Os participantes fecharam a Av. Paulista às 14h, fazendo intervenções artísticas, abrindo o microfone para profissionais e usuários falarem de sua experiência com manicômios e com os serviços oferecidos após a reforma psiquiátrica.

Uma instalação feita com caixas de remédios e o nome Valencius saindo delas, como se fosse uma bula, ficou meio no meio da rua. E dessa vez o ato contou com a presença do boneco Valencius, construído por adolescentes do CAPs AD-I São Bernardo, a partir de proposta da técnica de enfermagem Sandra Navas.

“Construir e trazer o boneco para o ato é uma forma de fazer esses meninos se sensibilizarem com a causa. Eles sabem que os CAPs são projetos humanizados enquanto manicômios maltratam as pessoas. Tanto que chegamos à conta de 30 mil mortes de internados em sistemas manicomiais. Estamos aqui em nome dos pacientes que já sofreram nesses locais”, disse Sandra.

Pedro Silva, artista e educador da Fundação CASA, participou pela primeira vez do ato, a convite de um parceiro da luta antimanicomial.

“É muito importante participar. Se a galera não se unir para lutar pelos direitos vai ser oprimida pela máquina do Estado. E a arte está sempre presente em atos como esse. Vale como um canal de comunicação, transmitindo a sensibilidade da luta, analisou.

“Somos contra todo manicômio, seja o hospital psiquiátrico seja o manicômio disfarçado de comunidades terapêuticas e outras clínicas que isolam as pessoas e tratam a saúde e o bem-estar como mercadoria”, pontuou a psicóloga Cris Marçal, militante da Frente Antimanicomial.

O evento terminou às 15h30, confirmando a próxima manifestação “Fora, Valencius” para 7 de abril, Dia Mundial da Saúde.

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