Na tarde de 18 de maio, milhares de manifestantes da luta antimanicomial realizaram um ato, mostrando como deve ser o tratamento dado aos pacientes: um ato livre, na rua, com arte, música, descontração e com liberdade plena de manifestação.
Foi assim que os movimentos antimanicomiais, CAPs, entidades populares e sindicais, ocuparam a Avenida Paulista, na gélida tarde da quarta-feira, 18. Portando cartazes e faixas, os manifestantes convidavam a população a refletir sobre o que é tratamento humanitário, com apoio familiar e psicológico, sem eletrochoques e confinamento.
Presente ao ato, a presidente do Sinpsi, Fernanda Magano, destacou que a política de saúde mental do governo Bolsonaro é a volta aos manicômios. “Neste 18 de maio, dia nacional da luta antimanicomial, estamos defendendo a democracia antimanicomial. Isto porque este desgoverno está desmontando toda a rede de atenção psicossocial. E faz uma rede quase manicomial ao deixar de investir nos serviços para escoar recursos para as comunidades terapêuticas. Desse modo violam-se direitos, encarceram-se pessoas”, diz Fernanda. “Ou seja, realizam-se ações completamente divergentes da política de saúde mental baseada na reforma psiquiátrica trazida pela Lei 10.216, que completou 20 anos no ano passado”, disse Fernanda à Rede Brasil Atual.
O ato teve como lema “Contra o fascismo, em defesa do cuidado em liberdade e dos direitos humanos” e contou com a participação de diversas diretoras e diretores do Sindicato dos Psicólogos.
Para este ano, em novembro, está prevista a realização da 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental, importante momento para o debate e formulação de políticas inclusivas e da luta e resistência contra a volta dos manicômios.