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Crise no Brasil não impede reajuste dos salários, diz Dieese

Nesse período, de crise mundial e em alguns setores no Brasil, é possível sim avançar nas negociações coletivas e estabelecer percentuais de reajuste salarial acima da inflação.

A afirmação é do técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Álvaro Cardoso, que esteve em Campo Grande (MS) para a 2ª Jornada Nacional de Debates sobre o tema: Negociações coletivas em um contexto de crise.

O encontro contou com mais de 200 lideranças de sindicatos e federações de trabalhadores da capital e das regiões de Dourados, Três Lagoas, Ponta Porá, Corumbá, Aquiduana, Miranda, Paranaíba e Coxim, entre outras.

Esse trabalho do Diesse foi realizado em parceria com as centrais sindicais filiadas ao departamento.

São elas: Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Conlutas, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Os sindicalistas lotaram o auditório do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, onde foi realizado o debate. O técnico do Dieese explicou que os sindicalistas não podem perder de vista alguns pontos importantes na hora de negociar as novas convenções coletivas.

Segundo ele, as negociações de hoje devem ser com base no bom desempenho dos setores no ano passado. Para José Álvaro Cardoso, os dados macroeconômicos no Brasil são favoráveis a uma negociação justa com os trabalhadores.

Este ano o Brasil deverá apresentar um crescimento entre 0,5% a 1%, que apesar de pequeno ainda é positivo.

Bem diferente da situação de inúmeros países que deverão apresentar números negativos. José Álvaro Cardoso disse ainda que as contas públicas estão sob controle e isso ajuda muito a situação do país num período como este, de turbulência.

“Além desses itens, os sindicalistas devem fazer uma análise dos dados referentes ao setor que estão negociando”, comentou José Álvaro Cardoso.

Segundo ele, muitos sindicalistas estão usando como parâmetro para reajuste para suas categorias o percentual que o governo federal usou para aumentar o salário mínimo, que foi de 12%. “Esse percentual é justo e muitos segmentos de nossa economia poderiam concedê-lo sim a seus trabalhadores”, comentou.

O presidente estadual da Força Sindical, Idelmar da Mota Lima, presidente também a Federação dos Trabalhadores no Comércio de Mato Grosso do Sul (Fetracom), saiu do debate satisfeito com os resultados.

Disse que as informações do Diesse ajudaram muito a esclarecer diversos pontos. “Passamos a ampliar nosso leque argumentos para o momento das negociações”, comentou.

O representante da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Ricardo Martinez Froes, que preside o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul (Sintrae/MS), também enalteceu o trabalho do Dieese.

“O evento foi muito oportuno. Pois estamos em plena negociação salarial e as dicas e informações que nos foram repassadas vão nos ajudar”, comentou.

O presidente da CUT, Alexandre Costa, também enalteceu a apresentação do Dieese. Ele disse que os dados e estatísticas apresentadas podem ajudar o movimento sindical na mesa de negociação.

“Os argumentos dos sindicatos serão melhorados com essas novas informações do Dieese”, comentou.

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