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CUT e centrais pressionam governo de SP pelo reajuste do Piso salarial

A CUT-SP e as demais Centrais Sindicais do Estado participaram nesta quarta-feira (26) de uma reunião com o secretário de Emprego e Relações do Trabalho de São Paulo, Davi Zaia, onde trataram da negociação do Piso salarial regional.

Na ocasião, os dirigentes entregaram ao secretário um documento formulado a partir de um estudo do Dieese com as principais propostas da classe trabalhadora, visando uma política de valorização do Piso, que seja um instrumento de distribuição de renda, combate às desigualdades, desenvolvimento do estado e com recuperação das perdas ocorridas nos últimos anos.

“Queremos um Piso compatível com o tamanho e riqueza do estado. Segundo o Dieese, embora São Paulo seja o mais rico estado da federação, tem um dos menores pisos salariais das regiões desenvolvidas. O Piso regional precisa ser um fator indutor de uma maior distribuição de massa salarial com regras de reajuste como já praticado nacionalmente e uma metodologia que vise um ganho real anual para os trabalhadores contando com a correção das perdas anteriores”, afirma Rogério Giannini, secretário de Relações do Trabalho da CUT-SP e que esteve representando a Central no encontro.

Há no estado, de fato, algo que o governo tucano chama de piso salarial regional, criado em 2007 sem a participação das Centrais Sindicais para tentar ofuscar a bem sucedida política de valorização do salário mínimo conquistada pelo governo Lula e pelas Centrais.

Só que o tal piso, divido em três níveis, é destinado apenas a algumas categorias, sendo que ao longo dos últimos quatro anos, os dois índices mais altos foram achatados e hoje se encontram quase ao mesmo nível do mais baixo. Atualmente os valores estão assim divididos: R$ 560, R$ 570 e R$ 580.

“Quando foi instalado, o Piso não era uma política salarial que visava o aumento do poder de compra do trabalhador, maior distribuição de renda e combate as desigualdades, mas sim, uma demanda eleitoreira, tática muito comum entre os demotucanos. Mas já nesta reunião, o secretário assegurou as Centrais que a função do Piso precisa ser realmente a de compatibilidade com uma política desenvolvimentista”, informa Giannini.

A reunião e as promessas feitas pelo secretário apontam, segundo as centrais, como uma indicação clara da disposição do governo em dialogar com os trabalhadores. Giannini atenta que “a CUT e as demais Centrais continuarão pressionando para que este diálogo se torne num processo de negociação que efetive as nossas pautas trabalhistas. O governo já vai ser testado com a questão do salário mínimo, da convocação da Conferência de Trabalho Decente e aí nós veremos se na prática irá se ratificar tudo o que está sendo assegurado as Centrais.”

A renião também contou com a participação de Denise Motta Dau, secretária de Relações do Trabalho da CUT, que apresentou para o secretário do Estado a pauta da Conferência Nacional do Trabalho Decente. Davi Zaia se comprometeu a convocar a Conferência Estadual, o que caracteriza mais uma mudança de postura já que os últimos governos tucanos nunca chamaram as etapas estaduais das Conferências Nacionais.

Uma nova reunião foi marcada para a próxima quinta-feira, dia 3.

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