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CUT levará discussão sobre igualdade no mundo do trabalho a encontro mundial de mulheres

Atividade acontece em agosto, no Memorial da América Latina, em São Paulo

CUT levará discussão sobre igualdade no mundo do trabalho a encontro mundial de mulheres

O Coletivo de Mulheres Trabalhadoras da CUT reuniu-se nesta quinta-feira (25) para debater a participação no 9º Encontro da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), que acontece entre os dias 25 e 31 de agosto, em São Paulo, no Memorial da América Latina.

Uma das integrantes da Marcha, a Central terá participação ativa nas discussões sobre o papel do feminismo no mundo e fará parte, inclusive, da mesa de abertura.

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, destacou que as sindicalistas terão a responsabilidade de levar temas do cotidiano do movimento sindical para o encontro.

“Não podemos deixar de abordar pontos como o acesso ainda restrito à creche, a necessidade de avançar em direitos iguais no mundo do trabalho. E precisamos fazer com que esses assuntos não façam parte só do encontro, mas da ação da Marcha para os próximos anos”, disse.

A dirigente ressaltou que os debates não podem deixar de tratar também do trabalho reprodutivo, que é invisibilizado.

Diretora Executiva da CUT Rosana Sousa de Deus comentou que o encontro terá reuniões específicas de sindicalistas de todo o mundo, que compõem a Marcha, para traçar estratégias unificadas de luta.

“A mulher é a mais afetada pela terceirização, a quem mais sofre com subemprego e precisamos lutar por autonomia e isso passa pela defesa de uma melhor qualidade dos empregos.”

Bolsa estupro

O primeiro dia do coletivo debateu também o Estatuto do Nascituro, Projeto de Lei nº 478/07, de autoria dos deputados Luiz Bassuma (PV) e Miguel Martini (PHS). O texto elimina o direito adquirido pela mulher de realizar o aborto, mesmo quando a gravidez é resultado de um estupro ou provoca risco de morte à mãe.

Além disso, o estuprador, caso seja reconhecido, passa a assinar a certidão de nascimento e terá de pagar pensão alimentícia, negando, portanto, qualquer importância à violência sofrida pela mulher e fazendo com que a vítima seja obrigada a conviver com o agressor.

Sem autonomia – De acordo com o PL, que tem apoio da Frente Parlamentar Evangélica e da Frente Parlamentar mista em defesa da vida, a mulher que provocar a aborto pode ser presa por até três anos.

O levantamento apresentado pela assessoria da Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT destaca ainda outras aberrações como o simples fato de debater a legalização do aborto poder resultar em detenção de até seis meses.

Paralelo a isso, os deputados João Campos (PSDB-GO) e Salvador Zimbaldi (PDT-SP) apresentaram um requerimento para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue o financiamento a projetos no Brasil voltados a discutir os direitos reprodutivos da mulher. Mais uma tentativa de criminalizar o debate sobre a autonomia em relação ao corpo.

Diante do argumento de representantes das CUTs nos estados que apontaram a dificuldade em debater o tema mesmo dentro do ambiente sindical, Rosane Silva destacou a necessidade de fazer alianças com parceiras do movimento feminista para romper a barreira.

“Temos de convencer as pessoas sobre a importância dessa luta ou ficaremos falando para nós mesmos. O Estatuto do Nascituro é tão grave quanto a “cura gay” e essa mesma gravidade deve ser mostrada às pessoas. Esse é o momento de discutir esse tema também com a juventude.”

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