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De volta ao Brasil, Fórum Mundial indica necessidade de rearticular forças progressistas

Movimentos sociais e sindical, como a CUT-SP, estiveram presentes no evento

Entre os dias 13 e 17 de março, Salvador (BA) recebeu mais de 60 mil pessoas de 120 países para o Fórum Social Mundial, que teve como tema principal “Povos, territórios e o movimento em resistência”.

Após nove anos, o encontro voltou a acontecer no Brasil e contou com a presença da CUT-SP, sindicatos e de parceiros dos movimentos sociais em debates que convergiram para a necessidade de reaglutinar as forças progressistas em torno da reconstrução da democracia.

Necessidade que ficou ainda mais evidente com o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), no último dia 14, no Rio de Janeiro. O crime que escancarou para o mundo o extermínio de negros, mulheres e LGBTs espalhados pela periferia do país.

Em clima de luto, mas também de luta e resistência, milhares de representantes dos movimentos populares marcharam pela capital baiana para cobrar que os responsáveis pelo crime sejam punidos e apontar os estragos que o crescimento do conservadorismo no mundo tem causado e pode causar.

Presente no encontro, a secretária de Comunicação da CUT-SP, Adriana Magalhães, ressaltou a importância da atividade para estreitar alianças que se fazem necessárias neste momento político pelo qual passa o Brasil.

“A retomada do Fórum Social Mundial no Brasil é extremamente importante neste momento em que vivemos um ataque do neoliberalismo ao país, à economia e aos trabalhadores, fundamentalmente. O crime bárbaro do qual a Marielle foi vítima também expôs ao mundo o que já denunciamos há muito tempo, o genocídio do povo negro e a política desastrosa do golpista Temer, que vendeu a ideia de resolver os problemas no Rio de Janeiro com uma intervenção que não traz resultado e não tem planejamento”, criticou.

Para o secretário-geral da Central, João Cayres, o encontro foi simbólico pela quantidade de jovens e o aumento do interesse pelos temas do mundo do trabalho, além de reafirmar o compromisso do povo brasileiro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O presidente Lula deixou claro que está firme para enfrentar os avanços dos golpistas e que as lutas e ideias construídas durante seu governo popular não se encerram nele, mas continuam no legado deixado”, explicou.

O evento, que contou com o lançamento do Comitê Internacional de Solidariedade à Lula e à Democracia, recebeu o ex-presidente no dia 15, ocasião em que ele ressaltou o papel dos movimentos sociais para a defesa da democracia.

“Querem me prender para calar minha voz, eu falarei pela voz de vocês, querem me prender para eu ficar preso numa cela e não poder andar, eu andarei pela perna de vocês, querem me prender para que eu não continue na luta, mas vocês continuarão”, disse.

Já a secretária de Políticas Sociais, Kelly Domingos, ressaltou a importância do Fórum neste momento de golpe. “Em tempos de polarização e atos de violência, o fórum é um espaço necessário para reafirmar a defesa e a garantia dos direitos humanos, desconstruindo, inclusive, os discursos de ódio e notícias falsas sobre o assunto”.

Tenda

Além da CUT-SP e de sindicatos de São Paulo, o movimento sindical do Brasil e de vários países também marcaram presença na atividade. Ao longo do evento, a Tenda da CUT contou com uma programação que discutiu o mundo e o futuro do trabalho.

 

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