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Democracia resiste a novo e brutal ataque

O Brasil e o mundo assistiram estarrecidos aos atos de depredação em Brasília dos prédios do Congresso, STF e Palácio do Planalto. Mais absurda, ainda, foram a conivência e descaso do governo e da PM do DF, que agiram com total complacência e cumplicidade com os golpistas; a Polícia Militar chegou a escoltar ônibus de golpistas até as sedes que foram atacadas.

O que se viu não foram protestos legítimos em uma democracia, mas uma orquestrada tentativa de desestabilizar o governo Lula, recém empossado. De imediato, o presidente Lula decretou intervenção federal no Distrito Federal; o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Morais, afastou por 90 dias, o governador de Brasília, Ibaneis Rocha; já o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi exonerado do cargo, ambos são apoiadores incondicionais de Jair Bolsonaro.

Depredação e vandalismo contra a democracia e o país

Sem anistia para os crimes do clã Bolsonaro

A cada dia que se passa fica mais claro o legado que o chamado bolsonarismo deixou na sociedade: um rastro de ódio, violência, tentativa de destruição das instâncias democráticas e da própria democracia. Refugiado nos EUA, Jair Bolsonaro e seus filhos deverão responder por uma série de crimes, incluindo genocídio de povos indígenas, pelo qual já foi condenado no Tribunal Internacional dos Povos, com sede em Roma.

Os atos vistos neste final de semana nada mais são do que a resposta do gado bolsonarista às tentativas de golpe que o ex-presidente diariamente incentivou durante todo o seu mandato e após a derrota nas urnas. Cresce cada vez mais o clamor para que seja feita justiça e não haja nenhuma tentativa de anistiar os Bolsonaros dos crimes que cometeram ou incentivaram a cometer. Isso não é revanchismo, é justiça.

Defender ainda mais a democracia

Em 1989, Lula perdeu a eleição para Collor em meio a muitas denúncias de fraudes nas urnas (que ainda não eram eletrônicas) e manipulação explícita de parte da mídia, em especial a Rede Globo. Ninguém contestou o resultado e o mandato de Collor seguiu seu rumo até seu melancólico final.

Quando Fernando Henrique venceu Lula em 1998, ninguém contestou e o tucano pode exercer seu mandato dentro das regras democráticas. Quando Bolsonaro se elegeu, mesmo tendo vindo no rastro de um golpe, que culminou com o afastamento da presidente Dilma, pode governar sem ter a legalidade de seu mandato questionada. Não pode ser diferente agora e não será com atos golpistas que políticos de extrema direita, empresários golpistas e uma massa arrebanhada irão colocar em risco a ainda curta experiência democrática do país.

Cabe a cada pessoa que não compactua com atos como os ocorridos no final de semana em Brasília, que faça uma vigorosa defesa da democracia e exija justiça para quem tenta se sobrepor pela força à vontade popular expressa nas urnas.