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Eleita nova diretoria do SinPsi

Foi finalizado na noite desta segunda-feira, dia 5 de julho, o processo eleitoral no Sindicato dos Psicólogos de São Paulo (SinPsi). A contagem dos votos teve início por volta das 18h e ratificou a chapa “Ousadia e Coerência” como grande vitoriosa. Foram 500 votos para a chapa, 42 brancos e 2 nulos.

O atual presidente Rogério Giannini, foi reeleito e ficará à frente do sindicato pelo próximo triênio. “Gostaria de destacar a participação significativa dos psicólogos/as e a demonstração de reconhecimento do trabalhado realizado ao longo dos últimos anos”, ratifica Rogério.

Abaixo, em entrevista, ele faz um balanço do mandato e fala sobre os desafios para o futuro.

*Para começar, faça um balanço de seu mandato.*
Nosso mandato teve como característica central o crescimento significativo do Sindicato na sua própria organização. Houve investimento em algumas questões essenciais, como a comunicação, assistência jurídica e o fornecimento de uma gama maior de serviços.

Nas questões políticas, o Sindicato continua atuando muito fortemente ao lado da Central Única dos Trabalhadores, com o ramo da Seguridade Social, com outros parceiros em várias áreas e tenho impressão que com o retorno do Sindicato para a Federação Nacional dos Psicólogos, inclusive com a eleição um membro da nossa diretoria, a Fernanda Magano, para presidir essa entidade, foi um ganho organizativo que possibilitou tocarmos algumas pautas no âmbito nacional. Nossa tradição de desenvolver temas muito próprios da psicologia, como a questão da defesa dos direitos da cidadania, contra o preconceito, a questão LGBT e a questão da saúde mental e luta antimanicomial foram prioridades nesse mandato também. Enfim, uma presença reconhecida pela categoria como um Sindicato que luta pelos interesses dos psicólogos, mas também atua em temas importantes de ponta na sociedade.

*Das principais bandeiras de luta dos psicólogos, em quais foram conquistados avanços?*
O Sindicato e a categoria como um todo tem se ressentido de duas coisas. Uma é a questão da luta por condições de trabalho que inclui a jornada, salários e a própria organização. A questão das 30 horas ou da redução da jornada sem redução de salários tem sido um campo muito difícil de atuação, pois o caminho onde se teria maior efetividade, que seria uma lei federal, encontra grande resistência no Congresso Nacional. Neste sentido, estamos mudando o foco, trabalhando unificadamente com todas as categorias, tentando articular forças dentro da seguridade social, da CUT, talvez até junto com outras centrais para tentar construir em São Paulo e nacionalmente um movimento pró redução da jornada. Já conquistamos avanços em negociações diretas com acordos na Fundação Casa, em várias prefeituras.

Eu destacaria outra questão importante que é o psicólogo de consultório atuando como psicoterapeuta em suas clínicas particulares. Sempre foi um setor da categoria importante, mas nós tínhamos muita dificuldade em atuar com uma base social para representá-los. Recentemente foi regulamento pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, o estabelecimento da jornada de número de sessões do Rol de procedimentos obrigatórios, ou seja, os planos de saúde obrigatoriamente tem que dar primeiro 12 sessões de psicoterapia por ano e, portanto, abre o mercado de trabalho. A gente sempre achou muito limitador e junto com outras entidades da sociedade e da própria psicologia conseguimos aumentar esse número mínimo de consultas para até 40 consultas, ficando mais próximo de uma realidade. Resta-nos a questão da remuneração pela consulta porque atualmente ela é muito baixa. Temos a perspectiva neste ano de junto ao Ministério do Trabalho tentar uma mesa de negociação, buscando problematizar isso e trazer a sociedade para esse debate.

*Em São Paulo, vivemos sob regime neoliberal, pautado pelo intenso processo de retirada dos direitos dos trabalhadores. Neste sentido, fale um pouco dessa relação entre eleição no sindicato e a luta pra eleger um governo democrático-popular em âmbito nacional e estadual.*
Os trabalhadores como cidadãos têm o poder de escolha. Mas as organizações dos trabalhadores não podem olhar isso e simplesmente dizer aos seus filiados, a sua base social, analisem e votem. Nós, como entidade, como dirigentes da classe trabalhadora, temos obrigação de dialogar e de ajudar nesse debate eleitoral de uma maneira mais sistemática. Por isso que a Central Única dos Trabalhadores apresentou uma Plataforma para as Eleições 2010 que inclui eixos importantes como a valorização do trabalho, o desenvolvimento econômico e social com distribuição de renda e o sindicato, filiado à CUT, está apoiando esta visão de que o país como um todo tem que continuar avançando, recusando qualquer tipo de retrocesso. Acho que no âmbito estadual, os últimos governos neoliberais veem dando o contraponto e mantendo essa posição mais conservadora que o mercado resolve, de políticas públicas limitadas ao máximo porque cada um se auto-desenvolverá, ou seja, uma visão primitiva de sociedade. O plano estadual tem sido o ápice dessa posição conservadora e a gente espera que a população, a classe trabalhadora e particularmente os psicólogos sejam capazes de entender isso e dar uma resposta com voto a mudança do projeto, recusando a continuidade desses quase 20 anos de poder do tucanato no estado de São Paulo.

*Quais os principais desafios que você aponta para o próximo mandato?*
O principal desafio é aumentar a nossa representatividade junto à categoria. Nós estamos fazendo um esforço muito grande de aumentar o número e a participação cotidiana de filiados e aumentar a participação dos jovens. Trabalhar próximo desse grupo é um desafio, inclusive na mudança estatutária que o Sindicato fez no final do ano retrasado, incorporamos como base de representação os bacharéis de psicologia e isso é uma tradução regimental de uma vontade política de aumentar a nossa representação e aumentar o nosso diálogo com o estudante para que ele tenha desde o início da sua formação o sindicato como uma fonte de referência de organização, que possa ajudá-lo a ser colocar profissionalmente não como um esforço individual, mas com um esforço coletivo de garantir leis, políticas públicas, condições de trabalho para que a psicologia possa se implantar na sociedade.

*Qual a sua expectativa em relação a atuação no próximo período?*
O que a gente espera é que os psicólogos continuem olhando, observando e criticando de maneira positiva o Sindicato e que cada vez mais haja uma participação dos psicólogos para o fortalecimento da sua entidade que não é uma entidade do Rogério, não é uma entidade desta ou da próxima gestão, mas é um patrimônio dos psicólogos, da classe trabalhadora. Espero que daqui a três anos possamos apresentar uma chapa que se renove nos seus nomes, nos seus quadros, mas que seja uma continuidade interessante desse espírito, dessa ousadia e coerência. Espero que ao termiar o nosso mandato, a gente olhe e fale avançamos, significando que a categoria deu um passo, as condições de trabalho melhoraram e que as condições de vida na sociedade nesse período possam acompanhar como nestes últimos três anos, um processo de mudança e avanços neste país.

*Nova direção do SinPsi:*

*Presidente*
Rogério Giannini

*Vice-Presidente*
Arlindo da Silva Lourenço

*Tesoureira*
Fernanda Lou Sans Magano

*1º Tesouraria*
Valéria Cristina Lopes

*Secretaria Geral*
Simone Tinton de Andrade

*1º Secretaria*
Valdeluce Aparecida Maia

*2º Secretaria*
Lucio Costa

*Diretores*
Marcos Aurélio Colen Leite
Miriam Leirias
Tiago Noel Ribeiro
Fátima Regina Riani Costa
Leandro de Campos Fonseca
Cristiane Barbosa Carneiro
Luis Carlos de Araújo Lima

*Conselho Fiscal*
*Titulares*
Rosana Cathia Ragazzonni Mangini
Adalberto Boatarelli
Sandra Aparecida Cordeiro da Silva

*Suplentes*
Fábio Souza dos Santos
Cláudia Rejane de Lima.
Mariana Gersiley F. dos Santos

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