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Em defesa da Petrobrás e da soberania nacional: Movimentos sociais realizaram ato na última sexta (19)

“O povo já decidiu, quer o pré-sal para o crescimento do Brasil”. Na manhã da última sexta-feira (19), essas e outras palavras anunciadas por mais de 3 mil trabalhadores ecoaram diante do prédio espelhado que abriga a sede da Petrobrás na Avenida Paulista.

A Central Única dos Trabalhadores, ao lado de parlamentares e outros representantes dos movimentos popular, sindical e estudantil coloriram de vermelho, verde e amarelo a região para mais um ato unificado em defesa da Petrobrás e da soberania nacional. Desde a segunda quinzena de junho, uma dezena de atos aconteceram em municípios brasileiros: Rio de Janeiro, Recife, Natal, Vitória, Curitiba, Brasília, Santos, Salvador e Fortaleza.

Sobre o caminhão de som, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, destacou as motivações da mobilização. “Estamos aqui para dizer que as riquezas do nosso petróleo devem ser efetivamente utilizadas para melhorar a educação e combater as desigualdades sociais. Mas também para demonstrar nosso repúdio a alguns parlamentares que ao invés de discutir medidas de enfrentamento à crise como redução de jornada sem redução de salário e o controle social sobre estatais como a Infraero e a Eletrobrás, responsáveis por demissões nesse momento de crise, passará os próximos três meses debatendo uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com o único objetivo de inviabilizar as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que gera emprego e renda.”

O dirigente lembrou ainda uma declaração do falecido ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, no início do processo de privatizações. “A Petrobrás é um dos últimos esqueletos da República e David Zylbersztajn (então diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo e genro de FHC) deve desmontar osso por osso. É um paquiderme que consome US$ 9 bilhões em exportação e prejudica a balança comercial do Brasil”, disse Motta.

Mais de uma década depois, graças aos investimentos do governo Lula, a Petrobrás representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e somente em 2009, irá aplicar R$ 72,258 bilhões em infraestrutura no Brasil (logística, construção civil, saneamento, transporte) e gerará mais de um milhão de empregos até 2013. A reestruturação da estatal, sucateada durante o governo PSDB/DEM, fez com que a companhia pudesse investir em exploração de novos campos e resultou na descoberta do maior campo de petróleo do país e terceiro maior do mundo, em 2007. Possibilitou também o início da produção do biocombustível, fonte de energia renovável e menos poluente.

Resultados das privatizações
“Nós não aceitaremos diminuir o Estado como quer fazer José Serra e seus aliados tucanos. O resultado disso já conhecemos: diminuição do salário, exploração de mão-de-obra, demissões e queda de qualidade no atendimento”, afirmou Adi Lima, presidente da CUT/SP.

Primeiro tesoureiro nacional da CUT, integrante da Coordenação dos Movimentos Populares, e coordenador do ato, Antonio Carlos Spis, defendeu a mudança do marco regulatório. “Atualmente, a Petrobrás tem o direito de encontrar, mas não de explorar. Mesmo no governo Lula, os leilões de petróleo continuam e reúnem em hotéis de luxo no Rio de Janeiro especuladores internacionais que levam nossas riquezas naturais”, criticou.

Edinho Silva, presidente do PT/SP, apontou que estão em disputa dois projetos de país. “De um lado, temos um Brasil de proposta popular e democrática, interessado em fazer com que o dinheiro do pré-sal sirva para acabar com a miséria, desenvolva a tecnologia para exploração do petróleo e propicie desenvolvimento a todos os brasileiros. Do outro, está o PSDB e o DEM que pretende ressuscitar o neoliberalismo, a privatização e a concentração de renda.”

A mobilização terminou às 13h, com a execução do hino nacional. Mais uma vez os trabalhadores deixaram claro que o período de sucateamento de nosso patrimônio foi definitivamente sepultado, enterrado pelos brasileiros em defesa da soberania nacional.

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