Notícias

Em nota, Coletivo de Luta pela Água critica fim do bônus na tarifa de água anunciado pela Sabesp

Para o coletivo, Geraldo Alckmin age como se a crise hídrica tivesse sido superada

O Coletivo de Luta pela Água divulgou nota criticando o governo do Estado de São Paulo sobre o anúncio do fim do bônus na tarifa de água, atitude que busca priorizar o interesse dos acionistas e não o da sociedade.

Na nota, o Coletivo diz que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) “age como se a crise hídrica tivesse sido superada, sem haver adotado qualquer medida estruturante que modificasse a forma de gestão do saneamento, apesar da crise” e lembra que a periferia continua sofrendo com a redução de pressão na rede e com a interrupção do abastecimento. “Uma das últimas medidas anunciadas pela Sabesp foi a redução de investimentos nas obras de despoluição”.

O Coletivo de Luta pela Água reúne quase cem entidades que agem pela garantia de acesso aos recursos hídricos e pelo enfrentamento à crise, como a CUT São Paulo, a Central de Movimentos Populares (CMP) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além de contar com a participação de técnicos e especialistas do setor.

Confira, abaixo, a nota na íntegra:

Nota do Coletivo de Luta pela Água sobre o fim do bônus na tarifa de água

Água é um direito humano! Não uma mercadoria

O Governador Geraldo Alckmin continua agindo de forma centralizadora e autoritária, também quando o assunto é a gestão do saneamento no Estado de São Paulo, da mesma forma que atuou durante o período da crise de abastecimento de água que afetou a Região Metropolitana de São Paulo e de Campinas.

Dessa vez trata-se da suspensão do bônus (Programa de Incentivo à Redução de Consumo) e da multa (Tarifa de Contingência). A autorização para isso foi dada em 31 de março último pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), a pedido da Sabesp.

As mudanças foram feitas em “doses homeopáticas”. Em dezembro passado a Agência já havia autorizado alterações nas regras que passaram a dificultar a concessão do bônus.

A lógica que continua norteando a política da Sabesp e do Governo do Estado é a de priorizar aumento da receita, redução de custos e postergação de investimentos para geração de lucro para ser distribuído aos acionistas.

O Governo do Estado age como se a crise hídrica tivesse sido superada, sem haver adotado qualquer medida estruturante que modificasse a forma de gestão do saneamento, apesar da crise. Setores de abastecimento da periferia continuam sofrendo com a redução de pressão na rede e mesmo com a interrupção do abastecimento. Uma das últimas medidas anunciadas pela Sabesp foi a redução de investimentos nas obras de despoluição.

A Sabesp vem anunciando que a tarifa tem que sofrer mais um reajuste se a população quiser serviços de melhor qualidade, dessa forma, deixa claro que não estamos livres de outro aumento nos próximos meses. A postura da empresa em só oferecer serviços de qualidade, mediante o aumento das tarifas é uma maneira de jogar o ônus de sua ineficiência nas costas da população.

Precisamos mobilizar todas as entidades que integram o Coletivo de Luta pela Água e dialogar com os demais coletivos para traçarmos um plano de ação que retome a agenda da crise hídrica e do saneamento.

O Governo e a Sabesp não pode continuar priorizando os interesses dos acionistas em detrimento dos interesses da sociedade.

Pela manutenção do bônus!

Por mais transparência na gestão do saneamento e dos recursos hídricos!

Por uma Sabesp 100% Pública”!

 

Deixe um comentário