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Em sete países participantes da Copa, ser LGBT ainda dá cadeia (e pode levar a morte)

Além de uma república autônoma na Rússia, ser LGBT é crime em todos os participantes africanos na Copa, além de Irã e Arábia Saudita. Em contrapartida, a comunidade tem direitos plenos na Dinamarca, Islândia, Bélgica, Alemanha, França, Holanda, Portugal, Suécia, Argentina, Uruguai, Colômbia, Austrália e Nova Zelândia.

Se dentro de campo, espera-se muita luta por parte dos jogadores das 32 seleções que disputam a Copa do Mundo da Rússia, que começa nesta quinta-feira (14), fora dele a luta dos direitos da comunidade LGBT nestes países ainda é inglória. Em pelo menos sete países participantes da competição, ser gay, lésbica, bissexual, travesti ou transexual é crime, com penas de prisão e até de morte.

Ser homossexual é crime em todos os participantes africanos. Na Tunísia, desde 1913, e no Marrocos, desde 1962, ex-colônias francesas no norte da África, ser assumidamente LGBT é punido com pena de até três anos de prisão. No Egito, a homossexualidade masculina é legal, porém na prática ela é criminalizada desde 2000, e pode render penas de até 17 anos de prisão com trabalhos forçados.

Já no Senegal e Nigéria, países da África Ocidental, as penas são ainda mais graves: no primeiro, até cinco anos de encarceramento, e no segundo, as penas vão de 14 anos de prisão em alguns estados e chegam a pena de morte para a homossexualidade masculina e prisão e açoitamento público para a feminina.

Na Ásia, Irã e Arábia Saudita são os representantes da intolerância na Copa. No país dos Aiatolás, homens jovens são punidos com 74 chibatadas e homens adultos com a morte, apesar de relatos de jovens LGBT já terem sido condenados à morte em várias regiões do país. Mulheres adultas lésbicas são condenadas a 50 chibatadas, mas são executadas se condenadas por mais de quatro vezes. Já os sauditas punem os LGBT com prisão por vários meses, multas, castração e até mesmo a morte, em uma primeira condenação. Na segunda, o preso é automaticamente condenado à morte.

Na Europa, o caso mais célebre fica por conta da dona da casa, a Rússia. Apesar da homossexualidade não ser criminalizada desde 1993, fazer atos públicos em apoio a diversidade sexual e de identidade de gênero é crime.

Pior: na Checênia, república autônoma russa, relatos de campos de concentração para homossexuais, que eram sequestrados e mandados a força para terapias de reversão de orientação foram divulgados em 2017, chocando a comunidade internacional. O Governo Russo fez pouco caso das denúncias.

Diversidade distante

Se o número de países que criminaliza o afeto e as relações entre pessoas do mesmo sexo ainda é assustador, menos da metade dos participantes garante plenos direitos à comunidade sexodiversa.

Dinamarca, Islândia, Bélgica, Alemanha, França, Holanda, Portugal, Suécia, Argentina, Uruguai, Colômbia, Austrália e Nova Zelândia garantem integralmente as principais demandas dos LGBT: reconhecimento da união, do casamento e a adoção por pessoas do mesmo sexo, permissão para LGBT servirem ao exército, criminalização de discriminação por homofobia e transfobia e ainda leis que garantam o direito a identidade de travestis e transexuais.

O Brasil ficou fora da lista de garantia de direitos integralmente por não possuir uma lei federal que criminalize a homofobia, não garantir direito de casamento através da Constituição para pessoas gays e lésbicas e pela falta de legislação garantindo direito a identidade de gênero para pessoas trans.

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