O Fórum de Luta Antimanicomial de Sorocaba (Flamas) receberá no próximo dia 9 de dezembro, às 10h, no Palácio do Planalto, em Brasília, o prêmio de Direitos Humanos (em sua 17ª edição) da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O nome do Flamas consta de uma lista de 20 pessoas físicas e jurídicas que receberão o prêmio. Entre outros homenageados, estão o Instituto Vladimir Herzog e a Defensoria Pública do Estado do Pará. As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
O Flamas é composto de um grupo de pessoas que discute a saúde mental na região de Sorocaba. Participam professores da Ufscar, Uniso e Unip e também profissionais das redes de saúde mental, assistência social e área jurídica, num total de aproximadamente 20 pessoas. Entre eles, estão o pesquisador Marcos Garcia e o psicólogo Lúcio Costa. Ontem, eles receberam as notícia do prêmio com “satisfação” e “alegria”. Costa lembrou que trata-se do maior prêmio de Direitos Humanos do país: “É o reconhecimento da sociedade brasileira que faz o debate sobre os direitos humanos.”
Marcos Garcia, que realizou pesquisa que apurou mortes no setor psiquiátrico e cujos resultados foram discutidos na esfera do Flamas, acredita que ela tenha contribuído para a obtenção do prêmio: “A pesquisa suscitou fiscalizações e auditorias que confirmaram violações de direitos humanos.”
De acordo com a pesquisa, num universo de sete hospitais psiquiátricos de Sorocaba e região, ocorreram 825 mortes entre janeiro de 2004 e julho de 2011, enquanto que no mesmo período em 19 hospitais do Estado de São Paulo, foram contabilizadas 808 mortes. Seis hospitais reagiram, entrando com ações indenizatórias contra Marcos Garcia e Lúcio Costa.