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Ministro omite Reforma Sanitária na abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde

Na abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde, Alexandre Padilha, Ministro da Saúde, citou as inúmeras conquistas do SUS, mas se absteve dos temas mais sensíveis e, em nenhum momento, citou a Reforma Sanitária. Essa ausência foi denunciada por Jairnilson Paim – membro do conselho consultivo do cebes e professor titular em política de saúde do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia – durante sua intervenção no diálogo temático sobre determinantes sociais, a intersetorialidade e a transversalidade dos direitos humanos à saúde.

Ana Costa, presidente do Cebes, também demonstrou preocupação com a fala de Padilha por ele não retomar as bases políticas do SUS, tema central para o Cebes e outros movimentos socias responsáveis pela luta e resgate dos processos conceituais estruturais da Reforma Sanitária.

“A apologia é importante, mas sem as bases da Reforma estaremos construindo um sistema isolado, sem as políticas sociais que produzem saúde”, opina Ana Costa.

Entre as vitórias do Sistema Único de Saúde, Padilha mencionou, por exemplo,  que o Brasil tem a maior rede de transplante do mundo.

Para o Cebes, que também comemora todas as vitórias,  a fala consolida uma visão simplista e ufanista que não garante a universalidade e a integralidade do sistema.

“A omissão da posição governamental do financiamento do SUS é muito grave, por que simplifica que o SUS se consolidará a partir da qualificação da gestão”, disse Ana.

Segundo a visão do Cebes, presente em sua Tese Política apresentada na Conferência, o financiamento é fundamental para garantir que o sistema cumpra com seus deveres constitucionais.

Outro ponto que faltou na fala do Ministro, na visão do Cebes, foi o crescimento expressivo do setor privado, garantido não só pelo subfinanciamento e as práticas de gestão, mas também pelos subsídios e pela reversa de mercado.

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