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Frente Anitmanicomial define preparativos para o 18 de maio

Na noite de 9 de março, o SinPsi sediou reunião dos membros da Frente Anitmanicomial, com o objetivo de definir ações para o 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Com o tema “Rua e resistência contra os novos manicômios”, a Frente promoverá uma manifestação no vão livre do Masp, a partir das 12h, com intervenções artísticas e culturais. Em seguida, às 14h30, haverá caminhada até a Secretaria Estadual de Saúde.

O SinPsi, por meio de sua dirigente Fernanda Magano, vai participar efetivamente na organização da Frente Antimanicomial. Passa pelos temas na discussão do trabalho na saúde mental, melhoria de condições de trabalho.

“Vamos falar dos psicólogos trabalhadores das OS. É uma contradição abandoná-los para não reforçar a posição das OS. Somos contra as OS sim, mas precisamos dasr assistência aos psicólogos em seus contratos de trabalho precarizados. Vamos fazer mesa de negociação. Queremos uma militância ativa na defesa da luta antimanicomial e contra o financiamento das comunidades terapêuticas”, afirmou Fernanda.

Os coletivos presentes, com cerca de 20 pessoas, apresentaram pautas a serem abordadas no ato. 

O coletivo A Rua propôs abordar a violência contra a mulher, a privatização dos serviços de saúde, a desassistência aos trabalhadores, as comunidades terapêuticas, a entrada de capital estrangeiro no SUS (Lei 13.917) e a Pec 451, sobre o financiamento dos serviços de saúde aos trabalhadores – um atentado ao SUS.

Já Grupo de Trabalho Saúde Mental e Liberdade falou das visitas quinzenais em hospitais de Custódia de Transtorno Psiquiátrico e contou da sua busca pelo fechamento dos manicômios judiciários.

O coletivo de dança Sansacroma também participou da reunião e levou propostas. Os dançarinos pesquisam a “sociedade dos improdutivos”, discutindo em espetáculos de dança a relação do capitalismo com a saúde mental, tendo a luta antimanicomial como pauta da pesquisa, facilitada pela proximidade com o CAPS Ligia, no Capão Redondo. Os militantes da região sul executam vivências com os funcionários do CAPS e debatem questões da privatização e precarização. O XVII Leite Fomenta Dança é o edital em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, que financia a companhia de dança.

Também participaram da reunião membros do Fórum de Saúde Mental de Guarulhos, levantando a pauta sobre isenção da tarifa de transporte e a precarização da rede de serviços de saúde mental. O grupo, ao ter elaborado uma carta sobre o Hospital Municipal de Urgência, gerou coação da gestão pública aos trabalhadores.

O Coletivo Pró Saúde Mental sugeriu um encontro de trabalhadores para discutir a implantação vertical da RAPS, fez reivindicação da equipe mínima e da retirada dos farmacêuticos do CAPS. Além disso, suscitou discutir o desgaste gerado pela precarização e a privatização com os trabalhadores e pontuou questões de perseguição política, causando entraves em projetos.

Economia solidária, lazer e cultura

A Rede Estadual de Saúde Mental e Economia Solidária, por sua vez, falou sobre promover a geração de trabalho e renda e a reinserção psicossocial do usuário dos serviços, com espaços de produção, comercialização, diagnóstico e promoção de pontos de cultura. A proposta é devolver o conceito de produtividade para esses usuários.

A Ong Sã Consciência apresentou o projeto Copa da Inclusão, com serviços gerados pelos jogos esportivos. Para o ato propôs a emancipação dos determinantes sociais que a condição da loucura traz, o empoderamento político, a devolução da cidadania, o espaço de locução e diversidade. A Ong defende lazer, esporte, cultura e geração de renda com um viés político.

Também estiveram na reunião estudantes de psicologia da PUC-SP, com a proposta de implantação da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial na grade curricular do curso da graduação em Psicologia. Além deles, um usuário do Ipq, que aproveitou a participação no encontro para falar de sua experiência de despertencimento do espaço designado para o seu tratamento. O usuário afirmou buscar outra ideia de tratamento, algo menos conservador. E isso, o que busca um usuário de serviço de saúde mental, também será abordado no ato do dia 18 de maio.

O Interface da Educação, movimento de inclusão escolar com os alunos, pais e professores, propôs promover o acolhimento de todas as crianças e a riqueza para a formação dos alunos.

Carta

A Frente Antimanicomial pretende elaborar uma carta-protesto, com quatro eixos:

1- Integralidade do cuidado, rede de saúde, formação, ampliação de espaços de cuidado;

2) Precarização do trabalho, financiamento dos leitos psiquiátricos e manicômios judiciários, privatização da saúde;

3) Violência de Estado, desassujeitação do sujeito nos manicômios judiciários;

4) Luta de classes: produtividade capitalista, Inclusão: igualdade e diferença.

A próxima reunião da Frente Antimanicomial acontece neste sábado, 21 de março, às 14h, também na sede do SinPsi.

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