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Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo suspendem greve, mas exigem diálogo

Após cruzar os braços por oito dias, a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM) resolveu retomar as atividades a partir das 06h desta quarta-feira (02). Os trabalhadores atenderam ao apelo do vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, Nelson Nazar.

Em audiência pública que aconteceu na tarde dessa terça (01), a prefeitura paulistana manteve a postura intransigente e voltou a rejeitar a abertura de um canal de negociação. O impasse, dessa vez, envolveu o órgão responsável por julgar o dissídio da categoria. A GCM acredita que o caso cabe ao TRT e a prefeitura quer transferir a negociação para o Tribunal de Justiça.

Sem acordo, a questão será acompanhada pela desembargadora Vânia Paranhos, do TRT da 2.ª Região. “Desde o início de nossa mobilização acenamos com a disposição de dialogar. A greve não acabou, apenas foi suspensa por 20 dias para ver se dessa vez o senhor prefeito nos respeita e responde às nossas reivindicações. Caso isso não aconteça, vamos voltar à paralisação, já que a categoria continua unida e mobilizada”, comentou Carlos Augusto Silva, presidente do Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo (Sindguardas).

A próxima assebleia dos guardas acontece no dia 22 de setembro, às 18h30, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Rua Tabatinguera, 192, próxima a estação Sé do Metrô).

*Braços cruzados contra mentiras*
A GCM resolveu suspender as atividades no dia 25 de agosto como resposta à falta de comprometimento do governo Gilberto Kassab com os servidores. Em setembro do ano passado, às vésperas das eleições municipais, Kassab, candidato à reeleição, apresentou uma série de propostas à GCM: nova lei de remuneração dos guardas e aprimoramento do Plano de Carreira, aumento do efetivo, contratação de veículos de apoio (trailer) com sanitários e sala de refeição, aquisição de novos uniformes, armamento moderno e novas motocicletas, implantação do sistema digital de telecomunicação e aquisição de rádios para todos os guardas em atividade operacional.

*Nenhuma das promessas foi comprida*
A Guarda Civil Metropolitana exige a equiparação do padrão salarial inicial da categoria ao padrão de outros trabalhadores de nível médio do município que cumprem 40 horas – os guardas recebem R$ 534 como salário base, valor inferior aos R$ 645,61 pagos aos servidores de mesmo nível em São Paulo – e reivindicam a elevação do Regime Especial de Trabalho Policial (RTP) para 140%. Além das cláusulas econômicas, a guarda luta por extensão do Vale Alimentação a todos os trabalhadores, a promoção de cursos de capacitação e aperfeiçoamento e o fornecimento de equipamentos e armamento para suprir as necessidades da corporação, entre outros 26 itens da pauta que foi entregue em abril ao poder público.

*300% de aumento para os secretários*
A comparação salarial dos guardas paulistanos com o de outros municípios da Grande São Paulo mostra que a GCM da capital fica em 22.ª no ranking, acima apenas dos trabalhadores de Embu Guaçu, Poá, Suzano e Pirapora.

Enquanto isso, no dia 21 de agosto, o prefeito anunciou o aumento do salário dos secretários em 300%. Os vencimentos passarão de R$ 5,3 mil para R$ 21,5 mil. Os subprefeitos não ficam atrás: terão os salários reajustados de R$ 6,7 mil para R$ 18,5 mil, índice de 160% de elevação.

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