Notícias

‘Há um mês, Temer presta um desserviço aos brasileiros’, diz Camila Lanes, da Ubes

Na Paulista, em São Paulo, ela destacou mobilização permanente contra o governo interino. Área das mais afetadas por cortes, educação esteve no centro das mobilizações

São Paulo – Em vídeo divulgado no final da tarde de hoje (10) nas redes sociais, conclamando a participação da população nos atos deste dia nacional de mobilização contra a perda de direitos e pela democracia, a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, lembrou o primeiro mês de Michel Temer (PMDB) à frente do governo interino. “Hoje completa um mês que o governo Temer está aí, na ativa, fazendo um desserviço à população brasileira. É um mês também que estamos em mobilização permanente”, destacou.

A estudante lembrou as ocupações das ruas, dos espaços de cultura, das escolas e universidades. “Mobilização para gritar um alto e belo ‘fora Temer'”, disse. Ela lembrou ainda o papel de destaque crescente das mulheres em todos os atos e também no centro dos debates. “O estupro de uma menina de 16 anos tem feito a todos repensar.”

Camila destacou a mobilização vitoriosa contra a extinção do Ministério da Cultura (MinC) por Temer, que acabou cedendo a pressões e recriando a pasta. “Mesmo que o MinC tenha voltado, não nos sentimos representado por esse MinC antipopular, que não dialoga com a cultura popular, mas com uma cultura para burguês, para inglês ver.”

A defesa pela educação, um dos setores mais afetados pelos cortes da equipe econômica de Temer, foi uma das principais bandeiras dos manifestantes em todo o país. Coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), a professora Beatriz Cerqueira lembrou que o documento norteador do governo Temer, Uma Ponte para o Futuro, é na verdade uma ponte para o abismo. “Imediatamente colocou em prática um plano com graves consequências para a educação pública e para os trabalhadores da educação”, disse.

Entre as principais, segundo ela, estão a desvinculação do orçamento público de investimentos em educação e saúde, possibilitando que estados e municípios não sejam obrigados a investir o mínimo constitucional de 25% de impostos arrecadados em educação, a adoção da política da meritocracia em detrimento de políticas de valorização da carreira e do piso salarial profissional nacional na educação básica pública. Beatriz destacou ainda a proposta de reforma da Previdência, de políticas de privatização no serviço público como parceria público-privada, da terceirização sem limites e mudanças nas regras para a exploração do pré-sal, acabando com a Lei da Partilha e a destinação de 75% dos royalties e 50% do Fundo Nacional para a educação.

Deixe um comentário