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Imprensa sindical deve se modernizar para alcançar novos públicos e crescer

Durante Encontro de Comunicação da CUT-SP, participantes discutem redes sociais e modelos que dialoguem com a classe trabalhadora

Uma das mesas de debate do 2º Encontro Estadual de Comunicação da CUT-SP, realizado nesta segunda (12) na região central da capital paulista, provocou os participantes sobre os formatos de produção de conteúdo feitos pela imprensa sindical, o que, na avaliação do jornalista Ricardo Negrão, precisa ser transformado para chegar a novos públicos.

Responsável pela implantação de mais de 40 projetos de sistemas, como o portal da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Agência Brasil, rádios EBC e TV Brasil, Ricardo apresentou um estudo de atuação na web e nas redes sociais dos sindicatos, que ainda apresentam uma linguagem diferente, e muitas vezes técnica, em comparação a sites e páginas consideradas de sucesso entre os internautas.

“É preciso ter um intenso trabalho em rede social. E não é apenas pegar um trecho de um texto do site e publicar no post. Tem um trabalho que precisa ser feito e pensado para dar certo, com pesquisa e tudo mais. E usar, sim, o Twitter, Facebook e Snapchat, por exemplo”, afirmou.

Ele sugere a adoção de métodos que podem colaborar na expansão dos conteúdos, que vão desde o uso de monitoramento do público que acompanha o conteúdo sindical até a otimização dos mecanismos de busca ao engajamento nas redes sociais.

Ricardo também reforçou que outras maneiras de transformação passam pela construção de plataformas modernas de conteúdos e em software livre, tecnologia que permite apropriação e adaptação dos dados de acordo com as necessidades da organização. Dessa maneira, os sindicatos teriam a oportunidade de direcionar suas notícias ao público-alvo.

Paulo Zocchi (à esq.), Adriana Magalhães e Douglas Izzo na mesa de abertura

Mídia democrátrica

Nesta segunda, também participaram do Encontro Estadual de Comunicação, na mesa de abertura, Douglas Izzo, presidente da CUT-SP, Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, e Adriana Magalhães, secretária de Comunicação da CUT-SP. Mais cedo, a jornalista e professora de história Cláudia Giannotti falou sobre a importância da comunicação no movimento sindical.

Em sua fala, Zocchi pontuou que a luta da entidade é pela democratização da comunicação e isso só será possível com a quebra dos oligopólios e monopólios na área. “É necessário para que surjam na sociedade diferentes visões e abordagens. Isso faz parte da democracia. E, do ponto de vista da nossa categoria, lutamos para aumentar e ampliar o nosso mercado de trabalho”, disse.

Já Douglas Izzo lembrou que ampliar a comunicação de esquerda é uma necessidade apontada por sindicatos, federações e confederações. Reforçou também que as empresas de comunicação são diretamente beneficiadas pelo golpe, mas com repasses econômicos que sequer chegam aos profissionais do setor. “É verdade que o golpe foi dado e o projeto da direita foi imposto, mas temos que lembrar o que nossa imprensa de esquerda fez. Conseguimos mostrar que o cidadão (Michel Temer) é golpista, carimbar a imagem dele”, disse.

No final do dia, o secretário-adjunto de Comunicação da CUT Nacional, Admirson Medeiros, o Greg, falou sobre o Plano Nacional de Comunicação da entidade, que dialoga com as discussões apresentadas ao longo do primeiro dia do Encontro. “A gente precisa promover as mudanças dos paradigmas dos meios de produção. A sociedade da informação veio para mudar isso, então os meios de produção a que estamos submetidos estão mudando e nós não estamos acompanhando essa discussão”, disse o dirigente se referindo às mudanças necessárias na imprensa sindical.

Paulo Donizetti, da Rede Brasil Atual (RBA), também contribuiu com o debate, ao relembrar os desafios de construção dos veículos que compõem a Rede e que hoje possuem audiências significativas. “Entre os grandes sites, fomos o único a dar destaque neste ano aos trabalhos da CPI da Máfia da Merenda”, pontuou.

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