Queda no preço de passagens aéreas, combustíveis e diárias de hotéis após a Copa contribuiu para o resultado
São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), adotado como indicador oficial de inflação no país, teve variação próxima de zero em julho (0,01%), a menor desde junho de 2010 (0,00%). Também foi o quarto recuo mensal seguido (variou 0,40% em junho), segundo os dados do IBGE, que divulgou o resultado hoje (8). Agora, o IPCA está acumulado em 3,76% no ano, acima de igual período de 2013 (3,18%). Em julho do ano passado, o IPCA variou 0,03%. Em 12 meses, vai a 6,50%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (6,52%). Segundo o instituto, preços de passagens aéreas, combustíveis e diárias de hotéis tiveram forte influência sobre o resultado do mês.
O grupo Transportes, que havia registrado alta de 0,37% no mês anterior, variou -0,98% em julho, enquanto Despesas Pessoais foi de 1,57% para 0,12%. “No item passagens aéreas a queda de 26,86% levou à liderança dos principais impactos para baixo, com -0,14 ponto percentual”, diz o IBGE. Vários itens registraram queda: etanol (-1,55%), pneu (-1,01%), gasolina (-0,80%), lubrificação e lavagem (-0,67%), conserto de automóvel (-0,54%), acessórios e peças (-0,40%), automóvel novo (-0,29%), motocicleta (-0,14%) e automóvel usado (-0,09%).
No segundo caso, os preços dos hotéis caíram 7,65%, após subir 25,33% em junho, sob influência da Copa do Mundo. Outros itens de despesa pessoal também caíram, como serviços de cabeleireiro (de 0,47% para -0,08%).
Alimentos
O grupo Alimentação e Bebidas teve recuo pelo quarto mês seguido, desta vez de -0,11% para -0,15% “A queda é ainda mais intensa se considerados os alimentos consumidos em casa, com -0,51%. Os preços chegaram a cair 2,26% em Campo Grande e somente em São Paulo ocorreu aumento, de 0,25%”, relata o IBGE.
O custo da alimentação fora de casa subiu (0,52%), mas de forma menos intensa do que em junho (0,82%) – o IBGE destaca a alta da cerveja (1,63%). “Entre os poucos alimentos que se destacaram por aumento de preços estão o leite (2,16%) e alguns de seus derivados, como queijo (1,82%), leite em pó (0,87%) e iogurte (0,52%), além do café moído (1,34%) e do frango em pedaços (1,26%). Vários ficaram mais baratos, especialmente a batata-inglesa (-18,84%) e o tomate (-17,33%).”
Caíram ainda os preços de feijão carioca (-6,42%), feijão preto (-4,22%), cebola (-3,96%), farinha de mandioca (-3,46%), hortaliças (-3,39%), pescados (-2,01%), feijão mulatinho (-1,95%), óleo de soja (-1,64%), ovo (-1,49%), frutas (-0,59%) e frango inteiro (-0,56%).
O grupo Vestuário também teve queda: de 0,49%, em junho, para -0,24%). De acordo com o instituto, os preços da roupas femininas caíram 0,72% após liquidações feitas pelo mercado.
Os únicos grupos com alta maior de um mês para o outro foram Habitação (de 0,55% para 1,20%) e Artigos de Residência (de 0,38% para 0,86%). No primeiro, impacto principal foi do custo com energia elétrica, que subiu em várias regiões: a alta de 4,52% na tarifa representou 0,12 ponto percentual no índice geral. Também aumentaram despesas com condomínio (0,95%) e aluguel (0,92%), enquanto caiu (-1,34%) a taxa de água e esgoto, mesmo com elevações em algumas áreas – a maior influência veio da região metropolitana de São Paulo, onde as contas de água e esgotos caíram 9,11%.
O IPCA caiu em oito das 13 regiões pesquisadas. O maior índice foi apurado em Curitiba (0,50%), com efeito da alta da energia, e o menor, em Salvador (-0,61%), com queda do mesmo item e de combustíveis. Houve recuos ainda em Belém (-0,02%), Fortaleza (-0,17%), Vitória (-0,22%), Brasília (-0,23%), Campo Grande (-0,25%) e Recife (-0,26%). A taxa ficou próxima de zero em Goiânia (0,02%), Belo Horizonte (0,03%) e Porto Alegre (0,05%). Na região metropolitana de São Paulo, subiu menos (de 0,37% para 0,18%).
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,13%, abaixo de junho (0,26%) e acima de julho do ano passado (-0,13%). Está acumulado em 3,92%, ante 3,17% em igual período de 2013. Em 12 meses, sobe para 6,33% (6,06% nos 12 meses imediatamente anteriores).