Em destaque, Notícias

Inimigo dos direitos humanos, Bolsonaro clama por redenção

25mar2025 Por Norian Segatto

Na tarde deste histórico 25 de março, o Supremo Tribunal Federal julga o ex-presidente Jair Bolsonaro, o Tribunal irá decidir se o ex-presidente se torna réu no processo de tentativa de golpe de estado.

O julgamento acontece um dia depois de o país comemorar o Dia Internacional do Direito à Verdade sobre as violações dos Direitos Humanos, data instituída em 2010 pela ONU, que remete a 24 de março de 1980, data em que o Arcebispo Óscar Arnulfo Romero foi assassinado em El Salvador por sua luta na defesa da democracia e dos direitos humanos. No Brasil a data foi ratificada em 2018, pela Lei nº 13.605/18, que dedica a data à “reflexão coletiva a respeito da importância do conhecimento circunstanciado das situações em que tiverem ocorrido graves violações aos direitos humanos, seja para a reafirmação da dignidade humana das vítimas, seja para a superação dos estigmas sociais criados por tais violações”.

O ex-presidente, acusado de ser um dos protagonistas da fracassada tentativa de golpe, é um histórico inimigo dos direitos humanos. Diante do júri do STF, Bolsonaro clama por direitos que sempre negou a seus adversários e às minorias políticas.

Relembre algumas frases dele em relação aos direitos individuais e coletivos.

O erro da ditadura foi torturar e não matar” (2016).

“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff […] o meu voto é sim” (2016). Declaração ao votar pelo impeachment da presidente, Brilhante Ustra foi o torturador de Dilma.  

Ele merecia isso: pau-de-arara. Funciona. Eu sou favorável à tortura. Tu sabe disso. E o povo é favorável a isso também”… (1999). Declaração sobre o depoimento do ex-presidente do Banco Central Chico Lopes, na CPI dos bancos.

Através do voto você não vai mudar nada nesse país, nada, absolutamente nada! Só vai mudar, infelizmente, se um dia nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro, e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil, começando com começando com o FHC, não deixar para fora não, matando! Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente.” (1999) … Parece que desde aquele tempo ele tinha fetiche em matar presidente.

“A atual Constituição garante a intervenção das Forças Armadas para a manutenção da lei e da ordem. Sou a favor, sim, de uma ditadura, de um regime de exceção” (1999).

“Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vou botar esses picaretas para correr do Acre” (2018).

“[O policial] entra, resolve o problema e, se matar 10, 15 ou 20, com 10 ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado, e não processado” (2018).

“Por isso o cara paga menos para a mulher” (porque ela engravida) (2014).

“O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um couro, ele muda o comportamento dele. Tá certo?” (2010).

“Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens” (2008)… Declaração em referência ao indígena Jacinaldo Barbosa.

Fui num quilombola [sic] em Eldorado Paulista. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Acho que nem para procriadores servem mais” (2017).

“A escória do mundo está chegando ao Brasil como se nós não tivéssemos problema demais para resolver” (2015). Sobre imigrantes.

“Quem usa cota, no meu entender, está assinando embaixo que é incompetente. Eu não entraria num avião pilotado por um cotista. Nem aceitaria ser operado por um médico cotista” (2011).

(fonte: revista Carta Capital)

Bolsonaro, réu, poderá ser preso, mas sua “herança maldita” de ódio, negacionismo e ataques aos direitos humanos continuam contaminando a sociedade e correndo pelos subterrâneos das redes sociais. O Dia Internacional dos Direitos Humanos é uma importante efeméride para refletirmos sobre que tipo de sociedade queremos e estamos dispostos a lutar para manter.

Related Posts