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Nesta sexta, 24, Alesp debate medicalização da vida

Em comemoração ao Dia Municipal e Estadual de Luta contra a Medicalização da Educação em São Paulo, ambos celebrados no dia 11 de novembro, o Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, com o apoio do SinPsi, promove, nesta sexta-feira, 24 de novembro, o debate “Medicalização da Vida: uma questão de saúde, educação ou política?”, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), aberto a público, a partir das 19h.

A mesa contará com saudação de Fernanda Magano, presidenta do SinPsi, e participação de Eda Luiz, pedagoga e especialista em educação de jovens e adultos; Cris Lopes, psicóloga pesquisadora, membro do Coletivo Arte, Saúde, Cultura e Educação e idealizadora dos serviços Centros de Convivência e Cooperativa da SMS/SP e do Projeto Cidadãos Cantantes; Helena Rego Monteiro, psicóloga, doutora em Psicologia pela UFF e especialista em Teorias e Práticas Psicológicas em Instituições Públicas; e Sávio Campos de Souza, gremista secundarista do Instituto Federal de de Educação em Ciência e Tecnologia e membro do Fórum Estadual em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Logo após o debate haverá apresentação do Coral Cênico Cidadãos Cantantes.

Importância do tema

O tema da medicalização tem sido alvo de grande preocupação, gerando muitos debates, ações frente ao poder público e articulação com os conhecimentos acadêmicos. A medicalização é o processo em que as questões da vida social, sempre complexas, multifatoriais e marcadas pela cultura e pelo tempo histórico, são reduzidas à lógica médica, vinculando aquilo que não está adequado às normas sociais a uma suposta causalidade orgânica, expressa no adoecimento do indivíduo.

Assim, questões como os comportamentos não aceitos socialmente, as performances escolares que não atingem as metas das instituições, as conquistas desenvolvimentais que não ocorrem no período estipulado, são retiradas de seus contextos, isolados dos determinantes sociais, políticos, históricos e relacionais, passando a ser compreendidos apenas como uma doença, que deve ser tratada.

Como resultado dos processos de medicalização instituídos em larga escala, tanto na educação quanto na sociedade, observamos o aumento desenfreado de diagnósticos psiquiátricos que desconsideram o desmonte das políticas públicas, o sucateamento dos serviços públicos, a falta de investimentos etc. E justificam o péssimo desempenho nas instituições, culpabilizando o indivíduo.

Uma das implicações dessa epidemia de diagnósticos, é a utilização de medicação como primeira escolha de tratamento. Desde 1990, tem havido aumento dramático no consumo de Ritalina (nome comercial do metilfenidato). Já no Brasil o acesso as informações de consumo são mais difíceis, mas estima-se que passaram de 71 mil caixas, vendidas no ano 2000, para mais de 2 milhões de caixas do medicamento, vendidas em 2008.

Serviço

Ato comemorativo pelo Dia Estadual de Luta contra a Medicalização da Educação
“Medicalização da Vida: uma questão de saúde, educação ou política?”
Data: 24/11
Local: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – ALESP
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, 201 – Parque Ibirapuera, São Paulo – SP
Hora: das 19h às 21h30

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